A cidade atingiu a maior temperatura desde 2014, com alerta para riscos à saúde.
17 de Fevereiro de 2025 às 18h46

Rio de Janeiro registra temperatura recorde de 44 graus em nova onda de calor

A cidade atingiu a maior temperatura desde 2014, com alerta para riscos à saúde.

O Rio de Janeiro enfrentou nesta segunda-feira (17) uma nova onda de calor, registrando a temperatura máxima de 44 graus Celsius, a mais alta desde 2014, conforme dados do Sistema Alerta Rio. A mínima do dia foi de 21,6 graus Celsius, e as previsões indicam que as temperaturas continuarão elevadas nos próximos dias, podendo ultrapassar os 40 graus Celsius.

O fenômeno climático levou a cidade a entrar no nível 4 de calor, uma classificação que alerta para condições extremas de temperatura. Este nível é caracterizado por índices de calor muito alto, que podem se manter ou aumentar por pelo menos três dias consecutivos. O protocolo de alerta foi implementado em 2024 e inclui medidas como a abertura de pontos de hidratação.

Nos próximos dias, a previsão é de céu nublado, sem expectativa de chuvas, e as temperaturas devem continuar elevadas. Na terça-feira (18), os termômetros podem registrar novamente valores próximos aos 40 graus Celsius. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a sensação térmica pode ser ainda mais intensa, devido à alta umidade do ar.

Os órgãos de saúde recomendam que a população evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, período em que os riscos de exaustão térmica e insolação são mais elevados. A exaustão pelo calor pode levar a sérios problemas de saúde, como a desidratação e até mesmo a morte, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças preexistentes.

A cardiologista Stephanie Rizk alerta para os riscos associados ao calor extremo, destacando que a exposição prolongada a altas temperaturas pode resultar em complicações graves. “Os riscos associados ao calor extremo para a saúde são alarmantes e podem resultar em sérias consequências”, afirma a especialista, que atua na Rede D’Or e no Hospital Sírio-Libanês.

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Além da exaustão térmica, a desidratação é uma preocupação significativa. Os sintomas incluem sede extrema, boca seca e fadiga. É fundamental que as pessoas aumentem a ingestão de líquidos, mesmo que não sintam sede, e evitem bebidas alcoólicas e açucaradas, que podem agravar a desidratação.

Em um contexto alarmante, uma pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde apontou que, durante uma sequência de dias com temperaturas extremas em novembro de 2023, foram registrados 151 óbitos de idosos atribuídos ao calor. A pesquisa relacionou o aumento da mortalidade entre idosos com doenças como diabetes e hipertensão ao calor excessivo, evidenciando a gravidade da situação.

O professor Paulo Saldiva, especialista em saúde e meio ambiente da Universidade de São Paulo (USP), também ressalta que o calor pode agravar doenças preexistentes, aumentando o risco de complicações. “O calor pode impactar gravemente órgãos vitais, como o cérebro e o coração”, explica.

Os moradores do Rio de Janeiro são aconselhados a reforçar a hidratação, manter a casa fresca e evitar a exposição ao calor em locais abafados. Em caso de mal-estar, é recomendado procurar uma unidade de saúde imediatamente.

Com o calor intenso previsto para os próximos dias, a cidade do Rio de Janeiro se prepara para enfrentar mais uma onda de calor, que traz riscos significativos à saúde da população.

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