O ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, foi condenado por uso indevido de dinheiro público; bens incluem mansão no Guarujá.
18 de Fevereiro de 2025 às 07h30

Justiça penhora 18 imóveis de Paulo Maluf para saldar dívida de R$ 417 milhões

O ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, foi condenado por uso indevido de dinheiro público; bens incluem mansão no Guarujá.

A Justiça de São Paulo determinou a penhora de 18 imóveis pertencentes ao ex-prefeito Paulo Maluf, visando o pagamento de uma condenação que ultrapassa R$ 417 milhões. A decisão foi proferida pelo juiz Fausto José Martins Seabra, da 3.ª Vara de Fazenda Pública, e refere-se a um processo que tramita desde 1993.

Maluf, que ocupou o cargo de prefeito em dois mandatos (1969-1971 e 1993-1996), foi condenado em 1994 por uso indevido de dinheiro público para promoção pessoal. O valor da condenação, atualizado com juros e correção monetária, totaliza R$ 417.103.110,96.

Entre os imóveis penhorados, destaca-se uma mansão de mais de mil metros quadrados localizada na praia da Enseada, no Guarujá, avaliada em mais de R$ 2,7 milhões. A lista de bens inclui propriedades em diferentes regiões de São Paulo, abrangendo tanto áreas residenciais quanto comerciais.

A condenação teve origem em um processo iniciado pelo então vereador Maurício Faria, do Partido dos Trabalhadores (PT), que alegou que Maluf utilizou recursos públicos para fins pessoais durante sua gestão. A Justiça considerou que houve uma tentativa de promoção pessoal ao usar um trevo de quatro folhas, símbolo de sua campanha, como identidade visual da administração.

Após a decisão de penhora, a defesa de Maluf informou que pretende recorrer da sentença. O ex-prefeito, atualmente com 93 anos, não se manifestou publicamente sobre o caso até o momento.

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A penhora de bens é uma medida judicial que visa garantir o cumprimento de obrigações financeiras, e neste caso, reflete a gravidade da condenação que Maluf enfrenta. A situação se arrasta há mais de três décadas, e a expectativa é que a defesa busque alternativas legais para contestar a decisão.

Além dos 18 imóveis listados, o processo também inclui a possibilidade de que novos bens sejam identificados e penhorados, caso a dívida não seja quitada. O cenário atual levanta questões sobre a viabilidade de Maluf saldar a dívida, considerando seu histórico financeiro e a natureza dos bens envolvidos.

O caso de Paulo Maluf não é isolado e se insere em um contexto mais amplo de investigações sobre corrupção e uso indevido de recursos públicos no Brasil, que têm sido objeto de atenção crescente por parte das autoridades e da sociedade civil.

As informações sobre os imóveis penhorados foram divulgadas em uma lista que detalha cada propriedade e sua localização, permitindo uma melhor compreensão do alcance da decisão judicial.

O desenrolar deste caso poderá ter implicações significativas não apenas para Maluf, mas também para o debate sobre a responsabilização de políticos por atos de corrupção e a recuperação de recursos públicos desviados.

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