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Deputado Afonso Motta exonera assessor investigado por desvio de emendas da saúde
Lino Furtado, chefe de gabinete de Motta, foi alvo de operação da PF sobre desvios em emendas parlamentares.
O deputado Afonso Motta, do Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Rio Grande do Sul, anunciou nesta terça-feira (18) a exoneração de seu chefe de gabinete, Lino Rogério Furtado. A decisão ocorre após Furtado ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga supostos desvios de emendas parlamentares na área da saúde.
A exoneração de Furtado, que deve ser publicada no Diário Oficial da Câmara dos Deputados, já é considerada efetiva desde a segunda-feira (17). A assessoria de Motta confirmou a demissão e informou que o ex-assessor deverá devolver itens como crachá, cartão do veículo, chaves do gabinete e livros emprestados da biblioteca da Câmara.
A operação que resultou na investigação de Lino Furtado é conhecida como EmendaFest, que apura irregularidades relacionadas a emendas destinadas ao Hospital Ana Nery, localizado em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. As medidas de busca e apreensão foram autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com informações da PF, Furtado foi flagrado em conversas com um lobista que atuava em nome do hospital, discutindo o direcionamento de emendas parlamentares. A investigação aponta que há indícios de que parte dos recursos públicos destinados à saúde estava sendo desviada.
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O deputado Afonso Motta, que ocupou o cargo desde 2016, havia manifestado confiança na inocência de Furtado, afirmando que aguardaria o desenrolar das investigações. Contudo, a gravidade das acusações e a operação da PF levaram à sua demissão.
Além de Lino Furtado, a investigação também envolve Cliver André Fiegenbalfm, diretor administrativo e financeiro da Metroplan, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul. A PF investiga a atuação de uma organização criminosa que se apropriava de recursos públicos através do direcionamento de emendas.
As emendas parlamentares em questão foram destinadas ao Hospital Ana Nery, com a PF alegando que havia cobrança de porcentagens sobre os valores repassados, o que caracteriza um esquema de corrupção.
O caso traz à tona a necessidade de maior transparência e fiscalização no uso de emendas parlamentares, especialmente em um momento em que o Brasil enfrenta desafios significativos na área da saúde pública.
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