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Prefeituras de 10 capitais não vão ampliar faixa etária para vacina contra dengue
Municípios alegam falta de doses próximas do vencimento para estender a vacinação.
A vacinação contra a dengue em pelo menos 10 capitais brasileiras seguirá restrita à faixa etária de 10 a 14 anos. As prefeituras, incluindo Belo Horizonte, Aracaju, Brasília e São Paulo, decidiram não aderir à nova estratégia do Ministério da Saúde, que recomendou a ampliação da faixa etária para a vacinação, devido à falta de doses com validade próxima.
Na última sexta-feira (14), o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica que orienta os estados e o Distrito Federal a utilizarem as vacinas com vencimento próximo em municípios ainda não contemplados ou a estender a aplicação para pessoas entre 6 e 16 anos, caso as doses tenham dois meses de validade. Para vacinas com um mês de validade, a recomendação é que a faixa etária seja ampliada até o limite previsto na bula, abrangendo indivíduos de 4 a 59 anos.
Em Belo Horizonte, a Prefeitura informou que as vacinas disponíveis na rede pública têm vencimento em junho de 2025, o que inviabiliza a aplicação em uma faixa etária mais ampla. Atualmente, a vacina Qdenga está sendo aplicada em crianças de 6 a 14 anos na capital mineira, com locais de vacinação disponíveis no site oficial da prefeitura.
Em outras capitais, como Aracaju, a situação é semelhante. A cidade já aplicou 19.488 doses de um total de 20.327, restando cerca de 800 vacinas. Com isso, Aracaju apresenta a maior cobertura vacinal entre as capitais, com 69,90% considerando apenas a primeira dose.
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Em Vitória, no Espírito Santo, a primeira etapa da imunização superou 66% do público-alvo. Por outro lado, Belém, no Pará, apresenta uma cobertura de apenas 10,63%, o que representa menos de 9 mil pessoas vacinadas.
O esquema de vacinação contra a dengue prevê a aplicação de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. No entanto, essa estratégia tem enfrentado desafios em várias capitais. Em Salvador, por exemplo, mais de 95 mil vacinas foram administradas, mas apenas cerca de 27 mil crianças e adolescentes completaram o esquema vacinal, resultando em uma cobertura de apenas 12% do público-alvo.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, quase 20 mil pessoas receberam a primeira dose, mas mais de 10 mil ainda não compareceram para a segunda dose. Em Belo Horizonte, a diferença é ainda mais acentuada: mais de 100 mil vacinas foram aplicadas como primeira dose, enquanto menos de 37 mil receberam a segunda, resultando em uma cobertura de 45% na primeira dose e 16,35% na segunda.
Recife também enfrenta dificuldades, com uma cobertura de apenas 24,8% na primeira dose e 6,5% no esquema vacinal completo. As duas maiores cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo, apresentam números semelhantes, com cerca de 20% do público-alvo completamente imunizado.
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