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SUS incorpora vacina e medicamento contra vírus da bronquiolite para gestantes e bebês
Conitec aprova uso de vacina Abrysvo e anticorpo nirsevimabe na rede pública de saúde
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) autorizou a inclusão de duas novas opções de proteção contra o vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, na rede pública de saúde. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira, 13, e abrange a vacina Abrysvo, desenvolvida pela Pfizer, destinada a gestantes, e o anticorpo monoclonal nirsevimabe, recomendado para bebês prematuros.
O VSR é responsável por aproximadamente 80% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias em crianças pequenas, o que gera grande preocupação entre pais e profissionais da saúde. Estima-se que o vírus esteja relacionado a 66 mil a 199 mil mortes anuais de crianças com menos de cinco anos em todo o mundo. A bronquiolite pode levar a quadros graves, especialmente em bebês e crianças com doenças crônicas, como problemas cardiovasculares.
A vacina Abrysvo foi aprovada no Brasil em abril do ano passado e deve ser administrada entre a 24ª e a 36ª semana de gestação. Estudos clínicos demonstraram uma eficácia de 81,8% na proteção contra a bronquiolite em bebês de até três meses e 69,4% até seis meses de idade. Além disso, a vacina também foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas acima de 60 anos, que também estão no grupo de risco.
Desde setembro, a vacina está disponível em clínicas particulares. Camila Alves, diretora de Primary Care da Pfizer Brasil, comentou sobre a importância da aprovação: “O parecer favorável da Conitec reforça a importância de Abrysvo para o nosso país, seja protegendo as famílias de um vírus tão impactante como o VSR ou beneficiando o sistema de saúde como um todo, ao contribuir para a redução do número de internações pediátricas, poupando recursos públicos”.
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O nirsevimabe, que já está incorporado pelos planos de saúde, não é uma vacina, mas sim um tratamento que fornece anticorpos específicos que agem no organismo da criança por cerca de cinco meses, garantindo proteção contra o desenvolvimento da doença. A ONG Prematuridade.com destacou que a Conitec também incluiu crianças com comorbidades no grupo que terá acesso ao nirsevimabe, embora ainda aguarde detalhes sobre quais condições serão contempladas.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), classificou a aprovação como “histórica” e ressaltou que as estratégias de prevenção ao VSR beneficiarão tanto as famílias quanto o sistema de saúde. “As crianças, muito em breve, poderão dispor de uma proteção contra o vírus sincicial respiratório, principal causa de hospitalização no primeiro ano de vida”, afirmou Kfouri.
A bronquiolite, que pode levar a quadros graves, é uma preocupação constante para os pais, especialmente para aqueles com crianças menores de dois anos. O vírus causa infecções respiratórias e pneumonia, e os sintomas incluem febre baixa, dor de garganta, dor de cabeça e secreção nasal. Os pais devem estar atentos a sinais como febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar e lábios arroxeados, buscando ajuda médica quando necessário.
Embora a infecção pelo VSR seja mais comum durante o inverno, ela tem afetado crianças em diferentes épocas do ano, incluindo o verão, o que indica uma mudança na sazonalidade do vírus. A inclusão da vacina e do anticorpo no SUS representa um avanço significativo na proteção da saúde infantil no Brasil.
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