Novas tecnologias visam proteger gestantes e bebês contra o vírus sincicial respiratório, uma das principais causas de internações infantis.
18 de Fevereiro de 2025 às 20h04

Ministério da Saúde incorpora vacina e anticorpo contra VSR ao SUS

Novas tecnologias visam proteger gestantes e bebês contra o vírus sincicial respiratório, uma das principais causas de internações infantis.

O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS) para a prevenção de complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês. As medidas foram divulgadas na manhã desta terça-feira (18) e incluem a vacina Abrysvo, da Pfizer, e o anticorpo monoclonal Beyfortus (nirsevimabe), da Sanofi.

A decisão segue a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que, em reunião realizada na última quinta-feira (13), avaliou o impacto positivo dessas tecnologias na prevenção de hospitalizações e óbitos infantis. O VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos.

A vacina Abrysvo é indicada para gestantes e deve ser administrada entre a 24ª e a 36ª semanas de gestação. A aplicação na mãe garante que o bebê nasça protegido, recebendo anticorpos que o defendem contra o VSR durante os primeiros meses de vida, período em que é mais vulnerável a complicações.

O anticorpo monoclonal nirsevimabe, por sua vez, é indicado para bebês prematuros e crianças de até 2 anos que apresentem comorbidades. Este tratamento fornece proteção imediata contra o VSR, sem a necessidade de estimular o sistema imunológico da criança a produzir seus próprios anticorpos.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Estudos apresentados à Conitec indicam que a vacina para gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais. A estratégia combinada deve beneficiar cerca de 2 milhões de bebês nos primeiros meses de vida, reduzindo significativamente a mortalidade infantil associada ao VSR.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que “a introdução dessas tecnologias representa um avanço significativo na proteção das nossas crianças, com a redução das internações diante do alto número de casos”. A portaria oficializando a incorporação das tecnologias será publicada nos próximos dias.

Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde apontam que, entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros devido a complicações relacionadas ao VSR. Com a nova estratégia, espera-se ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual, que já incluía o palivizumabe, destinado a bebês prematuros extremos.

O VSR é uma das principais causas de morte em crianças e é altamente contagioso. Estima-se que o vírus seja responsável por 66 mil a 199 mil mortes anuais em menores de 5 anos no mundo. A proteção oferecida pela vacina e pelo anticorpo é vista como uma importante medida para reduzir o impacto no sistema de saúde, que frequentemente enfrenta saturação de UTIs pediátricas durante os picos da doença.

Veja também:

Tópicos: