Presidente afirma que preços dos alimentos precisam ser ajustados para o mercado interno e que irá se reunir com empresários.
20 de Fevereiro de 2025 às 12h15

Lula critica preço do ovo a R$ 40 e promete discutir redução com atacadistas

Presidente afirma que preços dos alimentos precisam ser ajustados para o mercado interno e que irá se reunir com empresários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “absurdo” o preço da caixa de ovos a R$ 40, durante uma entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (20) à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro. Ele atribuiu o aumento dos preços dos alimentos a problemas climáticos e anunciou que se reunirá com atacadistas para discutir a questão.

“O preço vai baixar, eu tenho certeza que conseguiremos fazer com que os preços voltem aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador”, afirmou Lula, ressaltando a necessidade de garantir que os produtos não faltem no mercado interno, mesmo com a demanda por exportações.

O presidente reconheceu que o preço elevado dos ovos é um problema e que é necessário um diálogo com os empresários do setor. “Quando me disseram que a caixa com 30 ovos estava a R$ 40, é um absurdo. Vamos ter que fazer uma reunião com atacadistas para discutir como podemos trazer isso para baixo”, disse.

Além dos ovos, Lula mencionou que a alta nos preços de outros alimentos, como o óleo de soja e a carne, também é uma preocupação. Ele acredita que os preços da carne já estão em queda, e prometeu que a população voltará a consumir cortes como picanha e costela. “A carne começou a cair. Pode ficar certo que vai cair, e o povo vai voltar a comer sua picanhazinha”, destacou.

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O presidente atribuiu parte da alta nos preços a eventos climáticos adversos, como secas e chuvas excessivas, além da crise da gripe aviária nos Estados Unidos. “Estamos passando por momentos cruciais no Brasil. Muito sol, muito fogo, muita chuva. Tudo isso interfere nos preços”, explicou.

O aumento dos preços dos alimentos tem gerado preocupação entre a população, especialmente em um cenário onde a inflação acumulada em 2024 chegou a 4,83%, com o grupo de Alimentação e Bebidas subindo 7,69% no mesmo período. Este aumento impacta diretamente o poder de compra das famílias, principalmente as de menor renda.

O governo federal descarta a possibilidade de tabelamento de preços como forma de controlar os valores, apostando em uma queda do dólar e em uma safra agrícola recorde em 2025 para estabilizar os preços. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê um crescimento de 8,3% na produção agrícola em relação ao ano anterior, o que deve ajudar a melhorar a oferta de alimentos no mercado.

Durante a entrevista, Lula também fez um apelo à população para que evitem comprar produtos que estão com preços muito altos, como uma forma de pressionar os comerciantes a reduzirem os valores. Essa estratégia, segundo ele, pode ajudar a controlar a inflação.

O presidente encerrou a entrevista reafirmando seu compromisso em trabalhar para que os preços dos alimentos voltem a ser acessíveis para todos os brasileiros, sem comprometer a oferta para o mercado interno.

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