Jordan Bardella, presidente da Reunião Nacional, se ausentou após alusão a ideologia nazista durante evento nos EUA.
21 de Fevereiro de 2025 às 20h49

Líder da extrema direita francesa cancela discurso na CPAC após gesto de Bannon

Jordan Bardella, presidente da Reunião Nacional, se ausentou após alusão a ideologia nazista durante evento nos EUA.

O líder da extrema direita francesa, Jordan Bardella, anunciou nesta sexta-feira (21) o cancelamento de seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada em Maryland, nos Estados Unidos. A decisão foi tomada após um orador, em uma aparente provocação, realizar um gesto que Bardella interpretou como uma referência à ideologia nazista.

Bardella, que é presidente do partido Reunião Nacional (RN) e braço direito de Marine Le Pen, disse em um comunicado que tomou a decisão imediatamente ao tomar conhecimento do gesto. Embora não tenha mencionado diretamente Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, a referência foi clara, uma vez que o gesto controverso ocorreu durante a fala de Bannon na CPAC.

Durante seu discurso, Bannon, conhecido por seu papel na campanha de Trump em 2016 e atualmente apresentador de um popular podcast, encerrou sua fala com o braço estendido e a palma voltada para baixo, um movimento que muitos interpretaram como uma alusão ao saudação nazista. O gesto provocou aplausos da plateia, mas também gerou críticas e comparações nas redes sociais.

Em sua declaração, Bardella afirmou: “Ontem, enquanto eu não estava presente na sala, um dos oradores, por provocação, permitiu-se um gesto que aludia à ideologia nazista. Portanto, tomei a decisão imediata de cancelar minha intervenção programada para esta tarde.”

A CPAC, que acontece anualmente e reúne líderes conservadores, tem se tornado um espaço cada vez mais alinhado ao movimento de Trump, o que tem gerado controvérsias entre os participantes. O gesto de Bannon não foi o único a gerar polêmica; Elon Musk, outro influente no círculo de Trump, também foi alvo de críticas por um gesto semelhante no passado.

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Após o cancelamento, Bannon não hesitou em criticar Bardella, afirmando que se a decisão foi influenciada pela mídia, isso demonstrava fraqueza. “Se ele cancelou por causa do que os meios disseram, então ele não é digno de liderar a França. É um menino pequeno, não um homem”, declarou Bannon, que negou que seu gesto fosse uma saudação nazista, alegando que era apenas um aceno para a plateia.

O partido Reunião Nacional, que anteriormente era conhecido como Frente Nacional, tem buscado se distanciar de sua imagem anterior, marcada por acusações de antissemitismo e racismo. Recentemente, o partido tem tentado estabelecer laços mais estreitos com a direita americana, especialmente com Trump, apesar de um histórico de relações complicadas.

Marine Le Pen, figura proeminente do RN e candidata à presidência nas próximas eleições, já havia expressado apoio à extrema direita americana em eventos anteriores, destacando a necessidade de uma aliança entre os movimentos conservadores na Europa e nos Estados Unidos. Durante uma conferência em Madrid, ela proclamou o lema “Make Europe Great Again”, ecoando a retórica de Trump.

A decisão de Bardella de cancelar sua participação na CPAC reflete não apenas a controvérsia em torno de Bannon, mas também o delicado equilíbrio que o RN tenta manter entre suas aspirações políticas e as associações que podem prejudicar sua imagem.

Enquanto isso, a CPAC continua a ser um palco importante para a extrema direita, onde discursos inflamados e gestos provocativos frequentemente dominam a narrativa, atraindo tanto apoiadores fervorosos quanto críticos contundentes.

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