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Hamas entrega corpo de Shiri Bibas à Cruz Vermelha após confusão na identificação
A Cruz Vermelha confirma a entrega do corpo de Shiri Bibas, refém israelense, após troca de restos mortais em Gaza.
A Cruz Vermelha, organização humanitária que atua como mediadora do cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, confirmou nesta sexta-feira (21) a entrega do corpo de Shiri Bibas. O corpo deveria ter sido repassado pelo Hamas na última quinta-feira (20), mas houve confusão quanto à sua identificação.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, as Forças de Defesa Israelenses (IDF) receberão o caixão da Cruz Vermelha “assim que houver coordenação”. Antes da confirmação da entrega, as IDF informaram que estavam investigando se o corpo da mulher israelense realmente havia sido devolvido pelo grupo palestino.
Shiri Bibas, uma mulher israelense de origem argentina, foi sequestrada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, durante um ataque que resultou na captura de seu marido, Yarden, e de seus dois filhos, Ariel, de quatro anos, e Kfir, de oito meses. Yarden foi libertado em 1º de fevereiro durante uma das trocas de prisioneiros, mas Shiri e as crianças não sobreviveram.
O Hamas entregou os corpos de Shiri e de seus filhos, junto com os restos de um quarto refém, o jornalista aposentado Oded Lifshitz, como parte de um acordo de cessar-fogo que prevê a devolução de todos os reféns vivos e dos corpos dos que foram mortos. No entanto, a entrega anterior de um corpo que supostamente seria de Shiri gerou controvérsia, pois a análise revelou que o corpo não correspondia ao seu DNA, mas sim ao de uma mulher palestina.
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A situação gerou tensões no acordo de trégua, levando Taher al-Nunu, oficial do Hamas, a acusar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de disseminar “uma série de mentiras” sobre o paradeiro do corpo. “Estamos comprometidos com o acordo. Erros podem acontecer. Estamos investigando esse assunto”, declarou al-Nunu.
O Hamas ainda culpou Netanyahu pela morte dos reféns, afirmando que havia oferecido a libertação dos israelenses ainda vivos no início do conflito em troca de um cessar-fogo, proposta que foi rejeitada pelo governo israelense.
Em um comunicado, o grupo palestino enfatizou que não tem interesse em “reter os restos mortais” dos reféns e que examinou o processo de devolução dos cadáveres com seriedade. “Apontamos a possibilidade de um erro ou sobreposição em relação aos corpos, o que pode ser resultado da ocupação [israelense] ter como alvo e bombardeado o local onde a família estava hospedada com outros palestinos”, informou o Hamas.
O retorno dos corpos é uma questão sensível e complexa, especialmente em um contexto onde a identificação correta é crucial para as famílias envolvidas. O Hamas afirmou que informará os mediadores sobre as conclusões da investigação e exigirá a devolução do corpo que Israel alega pertencer a uma mulher palestina.
O caso de Shiri Bibas ilustra as dificuldades enfrentadas nas negociações entre Israel e o Hamas, onde a troca de prisioneiros e a devolução de corpos são temas delicados e frequentemente controversos. A situação continua a evoluir, com as partes envolvidas buscando esclarecer os fatos.
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