
Estudante baleado por policial militar recebe alta após cinco dias internado
Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, teve alta do Hospital Getúlio Vargas após ser baleado por um PM da reserva no Rio de Janeiro.
O estudante Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, recebeu alta na manhã deste domingo (2) do Hospital Getúlio Vargas, localizado na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele estava internado há cinco dias após ser baleado por Carlos Alberto de Jesus, um policial militar da reserva de 61 anos, que o confundiu com um criminoso.
O incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira, quando Igor estava na garupa de uma motocicleta pilotada por Thiago Marques Gonçalves, um motorista de aplicativo. O PM disparou contra eles, alegando que Igor estava armado. No entanto, o estudante perdeu um rim em decorrência do disparo.
Após a alta, Igor já se encontra em casa, conforme informado por sua família. Ele expressou sua gratidão pelo apoio recebido e reiterou seu pedido por justiça. “Estou aqui me recuperando com a força da minha família, que é a principal força que eu tenho agora, e Deus e os orixás. Eu só peço por justiça”, declarou.
Na quinta-feira (27), enquanto ainda estava internado, Igor mencionou a necessidade de justiça em relação ao que ocorreu. Ele também fez um apelo em favor de Thiago, seu amigo e motorista, que estava com ele no momento do incidente.


Um dia antes da alta, amigos e familiares de Igor realizaram um protesto silencioso em frente ao hospital, pedindo a prisão do PM que atirou. A esposa do estudante, Marina Moura, enfatizou a inocência de Igor e criticou o que considerou um racismo estrutural, afirmando que “a bala acerta primeiro o corpo preto e Igor foi mais uma vítima disso”.
A situação se complicou devido às diversas versões apresentadas por Carlos Alberto e sua esposa, Josilene da Silva Souza, que acusaram Igor e Thiago de roubo de celular. O PM admitiu ter disparado contra Igor, mas as versões sobre o que ocorreu antes do tiro variaram significativamente.
As investigações revelaram contradições nos depoimentos do casal. Em um primeiro momento, Carlos Alberto afirmou que Igor sacou uma arma, mas posteriormente mudou sua versão, alegando que o estudante fez um movimento que sugeria estar armado, sem, no entanto, ter visto qualquer arma.
A juíza Rachel Assad da Cunha, da 29ª Vara Criminal da Capital, decidiu pela soltura de Igor e Thiago durante a audiência de custódia, afirmando que as evidências indicavam confusão por parte de Carlos Alberto e Josilene, que confundiram os dois com os supostos autores do roubo.
Após a decisão, a juíza encaminhou o caso à Promotoria de Investigação Penal e à Corregedoria da Polícia Militar para que a conduta do policial da reserva seja investigada.
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