Decisão foi baseada na falta de provas para a continuidade da ação penal, segundo o Ministério Público.
08 de Março de 2025 às 11h10

MPRJ solicita arquivamento de investigação contra estudante baleado e mototaxista no Rio

Decisão foi baseada na falta de provas para a continuidade da ação penal, segundo o Ministério Público.

Nesta quinta-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) requereu o arquivamento da investigação envolvendo o estudante Igor Melo de Carvalho e o mototaxista Thiago Marques Gonçalves, ambos acusados de roubar um celular. A decisão foi fundamentada na “ausência de justa causa para a continuidade da ação penal, após a análise das provas apresentadas”.

O incidente ocorreu na madrugada do dia 24 de fevereiro, na Rua Irani, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com o relato de Josilene da Silva Souza, dois homens armados, em uma motocicleta, teriam roubado seu telefone celular. Após o roubo, ela e seu companheiro, o policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, iniciaram uma busca pelos suspeitos. Durante a perseguição, Carlos Alberto disparou contra os dois homens, resultando em um ferimento em Igor e na prisão de ambos.

Entretanto, a análise das evidências demonstrou que Igor e Thiago não estavam presentes no local do crime no momento em que ocorreu. Thiago, que estava atuando como mototaxista, havia aceitado uma corrida pelo aplicativo exatamente no horário do roubo, transportando Igor, que saíra recentemente do trabalho em uma boate na Penha. Registros eletrônicos do aplicativo, imagens de câmeras de segurança e mensagens de celular corroboraram a versão defendida por suas defesas.

O pedido de arquivamento destaca: “Em nenhuma hipótese haveria condição de Igor e Thiago estarem no local do roubo entre 01h15 e 01h20 da manhã, uma vez que estavam comprovadamente trabalhando nesse horário”.

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Na audiência de custódia realizada em 25 de fevereiro, a prisão em flagrante de Igor e Thiago foi relaxada, tendo em vista a fragilidade das provas que os vinculavam ao crime. A Promotoria ressaltou que nenhum dos objetos roubados foi encontrado com os dois e que a identificação feita pela vítima foi equivocada, baseada exclusivamente nas vestimentas dos suspeitos.

Com o arquivamento do caso, a Promotoria também solicitou a devolução da motocicleta apreendida, que é essencial para o trabalho de Thiago, além da retirada do indiciamento dos envolvidos.

O MPRJ continuará a acompanhar as investigações sobre a conduta do policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, que confessou ter disparado contra Igor durante a ocorrência.

O caso gerou repercussão na sociedade, levantando discussões sobre a atuação da polícia e a necessidade de um sistema judicial mais justo e transparente.

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