Mahmoud Khalil, da Universidade Columbia, foi preso após protestos considerados antissemitas.
11 de Março de 2025 às 06h53

Trump afirma que prisão de estudante palestino é a primeira de muitas ações

Mahmoud Khalil, da Universidade Columbia, foi preso após protestos considerados antissemitas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 10, que a prisão do estudante palestino Mahmoud Khalil, da Universidade Columbia, em Nova York, é apenas o começo de uma série de detenções. O universitário foi um dos principais líderes de manifestações a favor da Palestina no ano passado, que foram rotuladas como antissemitas.

Trump enfatizou que “essa é a primeira prisão de muitas que virão”, ressaltando que existem outros estudantes em Columbia e em diversas universidades do país envolvidos em atividades que considera antissemitas e antiamericanas. “O governo Trump não tolerará isso”, afirmou o presidente em uma postagem nas redes sociais.

O republicano ainda acrescentou que muitos desses indivíduos não são estudantes, mas “agitadores pagos”. “Encontraremos, prenderemos e deportaremos esses simpatizantes do terrorismo do nosso país para que nunca mais retornem”, completou Trump.

Mahmoud Khalil, que se formou na Universidade Columbia em dezembro do ano passado, foi detido em um centro de imigração na Louisiana, após ser transferido de uma instalação em Nova Jersey. A data de sua audiência no tribunal de imigração ainda é incerta, um passo crucial no processo que pode levar à sua deportação.

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A advogada de Khalil, Amy Greer, informou que os agentes de imigração inicialmente alegaram estar cumprindo uma ordem do Departamento de Estado para revogar seu visto de estudante. No entanto, quando Greer mencionou que Khalil era residente permanente, os agentes afirmaram que iriam revogar seu green card.

O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, uma organização que defende os direitos civis dos muçulmanos, manifestou-se contra a prisão de Khalil, argumentando que ele é um residente permanente legal e que sua detenção, motivada por ações pacíficas em prol da Palestina, representa uma violação da Primeira Emenda, que garante a liberdade de expressão.

Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que o governo Trump irá revogar vistos e green cards de apoiadores do grupo terrorista Hamas, com a intenção de deportá-los.

Um relatório da Universidade Columbia, divulgado em agosto do ano passado, apontou a ocorrência de atos antissemitas durante os protestos. Mais de 500 estudantes relataram suas experiências de perseguição em diversas situações, tanto nas aulas quanto nas redes sociais.

A Universidade Columbia não se manifestou sobre a prisão de Khalil, mas anunciou que se comprometerá a combater o antissemitismo, especialmente após o governo Trump ter retirado recentemente US$ 400 milhões em verbas federais da instituição. A alegação do presidente é de que a universidade falhou em controlar o antissemitismo em seu campus.

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