General nega acusações de envolvimento em golpe e pede arquivamento da denúncia ao STF
08 de Março de 2025 às 11h55

Defesa de Braga Netto classifica denúncia da PGR como 'ilógica e fantasiosa'

General nega acusações de envolvimento em golpe e pede arquivamento da denúncia ao STF

O general da reserva e ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto apresentou sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. No documento, ele descreveu as acusações como "ilógicas e fantasiosas" e solicitou a rejeição da denúncia.

A defesa de Braga Netto argumenta que ele não teve acesso completo às provas reunidas contra ele no processo, o que, segundo seus advogados, configura um cerceamento do direito de defesa. Eles afirmam que a PGR não forneceu todos os elementos necessários para um contraditório adequado.

Entre os principais pontos da defesa, Braga Netto negou qualquer envolvimento em um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), classificando a acusação como absurda e sem lógica. Ele destacou que a própria denúncia se contradiz ao basear-se em um depoimento que, segundo ele, carece de credibilidade.

O general argumentou que a acusação se desmorona, pois se apoia no relato do "coagido delator" Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Para ele, não há provas concretas de que ele tenha participado ou mesmo tido conhecimento de um plano para atentar contra Lula. "Não é necessário ser um especialista em armas para entender que toda essa operação e seu pesado armamento custariam bem mais do que R$ 100 mil", afirmou a defesa, referindo-se ao valor que a denúncia alega estar sendo negociado.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além disso, a defesa negou a acusação de que Braga Netto teria entregado a Mauro Cid uma sacola de vinho contendo R$ 100 mil em dinheiro, supostamente arrecadado junto ao "pessoal do agro". Os advogados afirmam que a denúncia da PGR não apresenta qualquer prova concreta sobre essa entrega e que a narrativa foi construída com base em um "relato forçado" de Mauro Cid, que teria mudado sua versão em várias ocasiões.

Os advogados sustentam que não há qualquer prova concreta que ligue Braga Netto à suposta trama golpista. A única menção ao seu nome se dá no depoimento de Mauro Cid, cuja colaboração a defesa questiona. Eles alegam que a delação de Cid não tem validade jurídica e foi obtida sob coação.

Braga Netto também argumenta que a investigação contra ele deriva do Inquérito 4.874, que, segundo sua defesa, foi instaurado ilegalmente. Com base nisso, os advogados pedem o arquivamento da denúncia por ausência de justa causa.

O ex-ministro ainda ressalta que não há qualquer descrição de ordem de comando ou controle sobre os demais investigados. A defesa afirma que a denúncia falha ao tentar vinculá-lo a uma suposta estrutura organizada, sem apresentar provas concretas de que ele exercia qualquer papel de liderança na alegada conspiração.

Agora, cabe ao STF decidir se aceita ou não as alegações da defesa. Caso a denúncia seja acolhida, Braga Netto se tornará réu no processo.

Veja também:

Tópicos: