Ministro do Interior, Bruno Retailleau, afirma que lista contém centenas de pessoas com perfis de risco.
03 de Março de 2025 às 10h09

França prepara lista de cidadãos argelinos considerados perigosos para deportação

Ministro do Interior, Bruno Retailleau, afirma que lista contém centenas de pessoas com perfis de risco.

A França está se preparando para apresentar à Argélia uma lista com "várias centenas de pessoas" que são consideradas perigosas, conforme anunciou o ministro do Interior, Bruno Retailleau, durante uma entrevista na RMC/BFMTV. Essa medida surge em meio a crescentes tensões entre Paris e Argel.

Retailleau destacou que esses indivíduos têm perfis de risco, pois já cometeram atos de perturbação da ordem pública ou estão registrados em arquivos de radicalização relacionados ao terrorismo. "Estamos estabelecendo uma lista de várias centenas de pessoas que têm perfis perigosos. É claro que eles não apresentam todos o mesmo nível de perigo, mas são indivíduos que precisamos apresentar aos argelinos", afirmou.

O ministro enfatizou que a reação da Argélia a essa demanda será considerada "a prova de verdade". Ele reiterou que sua missão é proteger os cidadãos franceses e que não deseja que ocorrências como o ataque em Mulhouse se repitam. Neste incidente, um terrorista, que era um cidadão argelino, matou um homem português, e as autoridades francesas já haviam solicitado a deportação do suspeito à Argélia, que recusou.

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“O que eu espero é que a Argélia, mais uma vez, para garantir a segurança dos franceses, aceite de volta seus cidadãos, de acordo com o direito internacional”, declarou Retailleau, que também é candidato à presidência do partido Os Republicanos (LR).

Ele criticou a Argélia por não respeitar acordos internacionais, como a Convenção de Chicago de 1944 e um acordo de 1994 que estipula que um cidadão argelino deve ser aceito pelo seu país de origem. O ministro também foi questionado sobre a concessão de vistos a imãs durante o mês do Ramadã, principalmente para aqueles que vêm do Marrocos, mas às vezes também da Argélia. Ele defendeu que não há contradição nessa prática, já que esses imãs são rigorosamente controlados.

“Desde há décadas, oferecemos facilidades a imãs e recitadores que vêm por um período de 40 dias. Prefiro que pessoas que vêm por um curto período sejam bem-vindas a indivíduos que se autodenominam imãs e pregam discursos de ódio”, afirmou Retailleau.

O ministro concluiu que impor restrições ao culto para compatriotas que respeitam os princípios da República poderia, na verdade, aprofundar o separatismo e empurrar essas pessoas para o lado oposto da barreira social.

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