
Brasil critica decisão de Israel de suspender ajuda humanitária em Gaza
O governo brasileiro lamenta a medida que agrava a situação humanitária e pede a reversão imediata da decisão.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou, em nota divulgada nesta segunda-feira (3), seu descontentamento com a decisão de Israel de suspender a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O governo brasileiro declarou que "deplora a decisão israelense, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor".
A interrupção da entrada de bens e suprimentos em Gaza foi anunciada por Israel no último domingo (2), que também advertiu sobre "consequências adicionais" caso o Hamas, grupo que controla a região, não aceite uma nova proposta para estender o cessar-fogo.
O Itamaraty ressaltou que o Brasil pede a "imediata reversão da medida", lembrando que Israel tem a obrigação de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024. A nota também destaca que a obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.
Além disso, o governo brasileiro defendeu que as partes envolvidas devem respeitar os termos do acordo de cessar-fogo e engajar-se em negociações para garantir a cessação permanente das hostilidades, a retirada das forças israelenses de Gaza, a libertação de todos os reféns e o estabelecimento de mecanismos robustos para a entrada de assistência humanitária de forma previsível e na escala necessária.


Desde o início do conflito em outubro de 2023, o Brasil tem se posicionado em favor de um consenso entre as partes para permitir um cessar-fogo duradouro e a entrada de ajuda humanitária para os palestinos em Gaza. O país, que presidia o Conselho de Segurança das Nações Unidas no início da guerra, tentou aprovar uma resolução que não obteve sucesso.
O governo brasileiro também já questionou publicamente os limites éticos e legais das ações militares israelenses em Gaza, em um contexto em que mais de 47 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças, perderam a vida no conflito.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao comentar a situação, fez ameaças ao Hamas, afirmando que haveria consequências severas caso o grupo não libertasse os reféns ainda mantidos em Gaza. A tensão entre os dois lados permanece elevada, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos.
O Brasil, por sua vez, continua a apelar por um diálogo que leve à paz e à estabilidade na região, enfatizando a importância da ajuda humanitária para a população afetada pelo conflito.
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