
Trump envia carta ao Irã propondo negociações sobre programa nuclear e alerta sobre ações militares
O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu um acordo com o Irã, mas ameaçou com ações militares se não houver negociação.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, propondo o início de negociações sobre o programa nuclear iraniano. Durante uma entrevista à Fox Business, Trump afirmou que, caso o Irã não aceite negociar, o país poderá enfrentar uma possível ação militar. “Escrevi uma carta dizendo que espero que negociem, porque se tivermos que agir militarmente, será algo terrível para eles”, declarou Trump.
O presidente enfatizou a necessidade de impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, afirmando que “não se pode permitir que tenham uma arma nuclear”. Apesar da proposta de diálogo, a missão do Irã nas Nações Unidas informou que até o momento não recebeu nenhuma comunicação de Trump. “Até agora, não recebemos tal carta”, afirmou a porta-voz da embaixada iraniana na ONU.
Desde que assumiu o cargo novamente em janeiro, Trump tem demonstrado interesse em retomar as negociações com Teerã, mas ao mesmo tempo intensificou as sanções contra o país, especialmente no setor de petróleo. A política de “pressão máxima”, utilizada durante seu primeiro mandato, visa enfraquecer a economia iraniana e reduzir sua influência internacional.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, reiterou que o país não está disposto a retomar as negociações sob as atuais condições. “Não iniciaremos nenhuma negociação direta enquanto continuarem com sua política de pressão máxima e suas ameaças”, afirmou Araghchi durante uma reunião da Organização para a Cooperação Islâmica em Jidá.


Trump, ao discutir a questão, mencionou que existem duas maneiras de lidar com o Irã: “militarmente ou por meio de um acordo”. Ele expressou sua preferência por um acordo, afirmando que “não quero prejudicar o Irã”. No entanto, o presidente também deixou claro que “não podemos permitir que eles tenham uma arma nuclear”.
O acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), impôs restrições ao programa nuclear do Irã em troca da redução das sanções. Contudo, em 2018, Trump retirou os Estados Unidos do acordo, enquanto o Irã continuou a cumprir suas obrigações por mais um ano, antes de começar a recuar em seus compromissos.
Recentemente, um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicou que o Irã aumentou suas reservas de urânio enriquecido a 60%, um nível próximo dos 90% necessários para fabricar armas nucleares. Trump, em sua entrevista, reafirmou que “comigo, é muito simples: o Irã não pode ter uma arma nuclear”.
Enquanto isso, a situação no Oriente Médio continua tensa, especialmente após os recentes conflitos envolvendo o Hamas e Israel, que resultaram em severos reveses para o Irã. Israel conseguiu eliminar líderes de grupos aliados de Teerã, como o Hamas e o Hezbollah, o que deixou o país em uma posição vulnerável.
Trump também mencionou que deixou instruções para “obliterar” o Irã caso o país realizasse uma ação de assassinato contra os Estados Unidos. Essa postura agressiva reflete a crescente tensão entre os dois países e a complexidade das relações no cenário internacional.
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