Maicol Sales dos Santos, preso por suspeita de envolvimento no caso, foi desmentido pela companheira durante investigações.
10 de Março de 2025 às 08h03

Suspeito da morte de Vitória é preso após contradições em depoimento da esposa

Maicol Sales dos Santos, preso por suspeita de envolvimento no caso, foi desmentido pela companheira durante investigações.

O caso da morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo, ganhou novos desdobramentos com a prisão de Maicol Antonio Sales dos Santos, ocorrida no último sábado, 8. O suspeito foi detido após sua esposa contradizer suas declarações em depoimento à polícia, o que levantou suspeitas sobre seu envolvimento no crime.

Na noite de 26 de fevereiro, data em que Vitória desapareceu, Maicol afirmou à polícia que estava em casa com sua esposa. No entanto, a mulher dele relatou que estava na casa de sua mãe, onde permaneceu até o dia seguinte, comunicando-se com Maicol apenas por mensagens. Essa discrepância foi um dos fatores que levaram à sua prisão temporária, decretada pela juíza Juliana Franca Bassetto Diniz Junqueira, que destacou a existência de “fortes indícios” de envolvimento do suspeito com os fatos investigados.

Além das contradições, Maicol é proprietário do veículo Toyota Corolla, que foi visto nas proximidades do local onde Vitória desapareceu. Vizinhos relataram uma “movimentação atípica” na casa do suspeito na noite do desaparecimento, o que também contribuiu para a decisão judicial. A juíza enfatizou que “não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados”.

Após sua detenção, Maicol passou por uma audiência de custódia e um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Franco da Rocha, e foi posteriormente levado de volta a Cajamar, onde permanecerá detido temporariamente. Durante o processo, o suspeito tentou alegar que seu envolvimento no caso era “fake news”, o que, segundo a juíza, sugere uma tentativa de obstrução da justiça.

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A polícia também solicitou a prisão temporária de outro suspeito, identificado como Daniel Lucas Pereira, mas a Justiça negou o pedido. No entanto, foram autorizadas buscas e apreensões nas residências dos dois investigados, na esperança de encontrar mais evidências relacionadas ao caso.

O desaparecimento de Vitória, que ocorreu após ela deixar o trabalho, foi marcado por mensagens enviadas a uma amiga, nas quais a jovem expressou medo de estar sendo seguida. Imagens de câmeras de segurança mostraram a adolescente entrando em um ônibus e, posteriormente, saindo em um ponto próximo à sua casa, onde foi abordada por dois homens. O corpo de Vitória foi encontrado na última quarta-feira, 5, com sinais de tortura, o que gerou ainda mais tensão e preocupação na comunidade local.

A polícia investiga a possibilidade de que o crime esteja relacionado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma facção criminosa, dado o modo como o corpo da jovem foi encontrado, com cabelo raspado e marcas de violência. A situação é ainda mais complexa, pois há indícios de que Vitória poderia ter ameaçado revelar segredos íntimos de pessoas conhecidas, o que poderia ter motivado o crime.

Na manhã do dia 26 de fevereiro, Vitória havia solicitado uma carona ao ex-namorado, Gustavo Vinícius Moraes, que não respondeu à mensagem. Normalmente, a jovem costumava ser buscada por seu pai após o trabalho, mas, devido a problemas mecânicos no carro da família, ela teve que fazer o trajeto a pé. O ex-namorado também é investigado, pois foi visto nas proximidades do local do crime e ignorou a mensagem de Vitória.

A investigação segue em andamento, com a polícia coletando depoimentos e analisando evidências para esclarecer os detalhes do caso. O corpo de Vitória foi encontrado em uma trilha no bairro Ponunduva, zona rural de Cajamar, e a busca por respostas continua.

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