Vendas de cimento no Brasil crescem 7,5% em fevereiro, aponta sindicato do setor
O crescimento das vendas de cimento é impulsionado pelo mercado imobiliário e programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
As vendas de cimento no Brasil apresentaram um crescimento de 7,5% em fevereiro de 2025, totalizando 5,1 milhões de toneladas, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).
Esse aumento representa um avanço de 6,4% no acumulado dos dois primeiros meses de 2025, em relação ao mesmo período de 2024. A venda diária do material foi de 232,1 mil toneladas, o que indica um crescimento de 2,7% em relação a fevereiro do ano passado e uma alta de 7,7% em relação a janeiro deste ano.
O Sudeste, que é o maior mercado consumidor de cimento, registrou um aumento de 7,7% nas vendas em fevereiro, totalizando 2,33 milhões de toneladas. O Nordeste se destacou com a maior alta percentual, de 16,6%, alcançando 1,09 milhão de toneladas. No Norte, as vendas cresceram 6,5%, somando 231 mil toneladas, enquanto no Centro-Oeste a alta foi de 3,3%, com 564 mil toneladas. O Sul, por sua vez, apresentou um volume quase estável, com um leve aumento de 0,6%, totalizando 889 mil toneladas.
O Snic atribui esse desempenho positivo ao aquecimento do mercado imobiliário, que tem sido impulsionado, em grande parte, pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Em nota, a entidade destacou que “o mercado de trabalho aquecido e o desempenho do setor imobiliário foram os principais indutores do consumo” de cimento.
No entanto, o sindicato também expressou preocupações em relação a alguns desafios enfrentados pelo setor. A falta de mão de obra qualificada e o aumento dos custos já estão impactando a confiança na construção civil. Além disso, há uma preocupação com a redução da disponibilidade de crédito, especialmente por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O Snic ainda mencionou que a taxa de juros elevada e a desvalorização do câmbio podem representar ameaças ao desempenho do setor neste ano, após um 2024 considerado forte. Apesar dessas dificuldades, a indústria de cimento se mantém moderadamente otimista, aguardando um desempenho mais robusto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e um aumento no uso de pavimento de concreto, além das obras do programa Minha Casa, Minha Vida.
O cenário atual revela um mercado em crescimento, mas que também enfrenta desafios significativos. A expectativa é que, com a continuidade das políticas de incentivo ao setor imobiliário e a superação das dificuldades operacionais, as vendas de cimento possam seguir em alta nos próximos meses.
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