Estudo do Ipea aponta impacto mínimo no PIB, mas queda significativa nas vendas do setor siderúrgico brasileiro.
13 de Março de 2025 às 00h02

Tarifas de Trump podem causar perda de US$ 1,5 bi nas exportações de aço do Brasil

Estudo do Ipea aponta impacto mínimo no PIB, mas queda significativa nas vendas do setor siderúrgico brasileiro.

As novas tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço devem resultar em uma perda de US$ 1,5 bilhão nas exportações brasileiras do setor siderúrgico até 2025. Essa redução equivale a uma queda de aproximadamente 1,6 milhão de toneladas do produto vendido ao exterior, conforme aponta um estudo divulgado nesta quarta-feira (12 de março de 2025) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento destaca que o mercado norte-americano é crucial para as exportações de aço do Brasil, representando mais da metade das vendas do produto. O Ipea estima que a medida resultará em uma diminuição de 11,27% nas exportações de metais, enquanto o impacto nas importações será marginal, com uma redução de apenas 1,09%.

Apesar da perda significativa nas exportações, o impacto geral na economia brasileira será mínimo. O estudo prevê uma queda de apenas 0,01% no Produto Interno Bruto (PIB) do país, e uma redução de 0,03% nas exportações totais. O setor que mais sentirá os efeitos da nova tarifa será o de produtos semiacabados, como placas e lingotes, que têm cerca de 10% de seu faturamento vinculado às vendas para os Estados Unidos.

As tarifas, que entraram em vigor à meia-noite do dia 12 de março, fazem parte da política protecionista do presidente Donald Trump e afetam todos os parceiros comerciais dos EUA. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidirá sobre as ações a serem tomadas em relação à taxa após uma reunião marcada para sexta-feira (14 de março) com representantes norte-americanos.

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Fernando Ribeiro, coordenador de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, ressaltou a importância do mercado americano para o aço brasileiro. “Os Estados Unidos são um mercado muito importante para o aço brasileiro, e essa importância só vem aumentando nos últimos anos”, afirmou Ribeiro em nota.

O Instituto Aço Brasil, que representa as empresas do setor, também se manifestou, afirmando que confia que o governo brasileiro conseguirá negociar condições especiais com os EUA. A entidade destacou que, durante o primeiro governo de Trump, foram estabelecidas cotas de importação isentas de tarifas, que foram revogadas com a nova medida.

O estudo do Ipea ainda analisa os impactos das tarifas na economia dos Estados Unidos, prevendo uma queda de 0,02% no PIB americano e retrações em investimentos e exportações. A medida, segundo o relatório, poderá resultar em um aumento na produção doméstica de aço nos EUA, mas com consequências negativas para as importações de metais ferrosos.

Com a nova taxa, as exportações brasileiras de aço para os EUA devem sofrer uma queda acentuada, com projeções indicando uma redução de até 36,2% nas vendas. A expectativa é que o governo brasileiro busque negociar a reversão das tarifas para evitar perdas significativas no setor siderúrgico.

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