
Polícia de São Paulo apreende 10,5 mil celulares em operação contra receptação
A operação Big Mobile, realizada nesta segunda-feira, visa desarticular um esquema de venda de celulares roubados na capital paulista.
A Polícia Civil de São Paulo realizou, nesta segunda-feira (10), uma operação que resultou na apreensão de 10,5 mil celulares suspeitos de serem roubados ou furtados. A ação, batizada de Big Mobile, foi desencadeada após uma análise detalhada de cerca de 1,5 mil boletins de ocorrência registrados entre janeiro e fevereiro deste ano.
Quase 3 mil policiais foram mobilizados para a operação, que incluiu vistorias em lojas e endereços suspeitos de comercializar aparelhos subtraídos. Os locais de apreensão foram identificados por meio de informações geolocalizadas fornecidas pelas vítimas, que indicaram onde os celulares poderiam estar.
Os investigadores notaram que a maior parte dos celulares apreendidos estava concentrada em três áreas da capital: os bairros da República e do Glicério, no Centro, e a favela de Paraisópolis, na Zona Sul. Apesar de terem conseguido localizar um prédio residencial na Rua dos Guaianeses, onde muitos aparelhos estavam escondidos, a polícia enfrentou dificuldades para recuperar todos os celulares, devido à necessidade de uma ordem judicial para entrar em cada apartamento.
Artur José Dian, delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, comentou sobre os desafios enfrentados: “Vez por outra conseguimos mandados de busca coletivo, mas é um pouco mais difícil. No Centro, especificamente, detectamos um comércio muito grande tanto de peças como dos próprios aparelhos, que vez por outra também são levados para o exterior”.


Um dos cidadãos afetados pela criminalidade, o engenheiro civil Davi Helles Cunha Barros, relatou sua experiência ao tentar recuperar seu celular roubado em janeiro. Ele expressou sua frustração: “Fica uma sensação de impotência, porque, assim, nós trabalhamos, pagamos nossos impostos, e simplesmente nos sentimos impotentes”.
No mês de janeiro de 2025, a polícia registrou 22 mil furtos e roubos de celulares no estado, uma média alarmante de 30 ocorrências por hora. Para coibir a ação dos criminosos, policiais se disfarçaram de super-heróis durante o Carnaval, conseguindo prender 24 pessoas em flagrante e recuperar 89 aparelhos.
Após a apreensão, os celulares foram encaminhados a delegacias, onde será investigada a procedência dos dispositivos. A segunda fase da operação Big Mobile segue as diretrizes da primeira, que já havia recuperado 16 mil celulares na Grande São Paulo e na Baixada Santista.
Os proprietários dos celulares apreendidos serão identificados através do número IMEI, que funciona como uma espécie de RG do aparelho. A polícia orienta que, caso alguém tenha um celular roubado ou furtado, é essencial ter em mãos o número IMEI e utilizar ferramentas de localização em tempo real para facilitar a recuperação.
Veja também: