Com o enfraquecimento do excepcionalismo americano, bolsas europeias e brasileiras se recuperam nesta terça-feira.
11 de Março de 2025 às 11h34

Mercados globais mostram sinais de recuperação após pânico em Wall Street

Com o enfraquecimento do excepcionalismo americano, bolsas europeias e brasileiras se recuperam nesta terça-feira.

Após uma sessão marcada pela forte desvalorização de ativos em todo o mundo, os mercados globais começam a mostrar sinais de recuperação nesta terça-feira, 11 de março. O pânico que tomou conta de Wall Street devido a temores de uma possível recessão nos Estados Unidos parece estar se dissipando, com as bolsas europeias e brasileiras apresentando um desempenho positivo.

Os índices europeus, como o Stoxx 600, que reúne as 600 maiores empresas da região, registraram uma leve alta de 0,09%, alcançando 545,7 pontos. Na Alemanha, o DAX avançou 0,75%, enquanto o CAC 40, na Bolsa de Paris, subiu 0,52%. As bolsas de Milão, Madri e Lisboa também operaram em alta, refletindo um clima de otimismo entre os investidores.

A recuperação é impulsionada, em parte, pelo bom desempenho da Volkswagen, a maior montadora da Europa, que anunciou um lucro acima das expectativas para o quarto trimestre de 2024. Após a divulgação dos resultados, as ações da empresa subiram 2,5% na Bolsa de Frankfurt, contribuindo para a valorização do setor automotivo, que avançou 1%.

No Brasil, a bolsa local também se beneficia desse movimento de recuperação. O J.P. Morgan revisou suas recomendações e elevou a classificação das ações brasileiras de “neutro” para “compra” (overweight), citando fatores como as avaliações atrativas do mercado acionário e a expectativa de fim do ciclo de aperto monetário no país. A equipe de estrategistas, liderada por Emy Shayo Cherman, acredita que esses fatores podem impulsionar o mercado nos próximos meses.

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Entretanto, os investidores permanecem atentos a possíveis ruídos locais que possam afetar a dinâmica do mercado, especialmente em relação à questão fiscal. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) está em foco, com a expectativa de que a análise do Orçamento de 2025 seja concluída até o início da próxima semana. Ajustes significativos, que podem ultrapassar R$ 20 bilhões, podem ser necessários devido ao aumento das despesas com programas sociais e à inflação.

Além disso, os agentes financeiros estão de olho em dados econômicos relevantes, incluindo o número de vagas em aberto nos Estados Unidos, que será divulgado em breve. O total de vagas não preenchidas no final de dezembro era de 7,6 milhões, e números inferiores a esse podem indicar uma maior procura por emprego ou uma menor intenção de contratação por parte dos empregadores.

Perto das 8h15, o dólar global apresentava uma leve queda de 0,38%, enquanto os índices acionários futuros de Wall Street mostravam valorização, com o S&P 500 subindo 0,34% e o Nasdaq avançando 0,46%. Esses sinais indicam um clima de recuperação nas bolsas após um dia turbulento.

O cenário atual sugere que, embora os mercados tenham enfrentado um período de instabilidade, há uma expectativa de recuperação, impulsionada por fatores tanto globais quanto locais. O desempenho das bolsas será monitorado de perto nos próximos dias, à medida que novos dados econômicos e decisões políticas forem divulgados.

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