Após entrevista polêmica, família busca R$ 200 mil de indenização por exposição vexatória do pai da jovem assassinada.
11 de Março de 2025 às 14h35

Família de Vitória Regina processa TV Globo e Patrícia Poeta por danos morais

Após entrevista polêmica, família busca R$ 200 mil de indenização por exposição vexatória do pai da jovem assassinada.

A família de Vitória Regina, uma jovem de 17 anos assassinada em Cajamar, na Grande São Paulo, decidiu mover uma ação judicial contra a Rede Globo de Televisão e a apresentadora Patrícia Poeta. O processo é motivado por uma entrevista realizada pelo pai da vítima, Carlos Alberto Souza, no programa “Encontro”, onde ele foi surpreendido por revelações ao vivo sobre a autoria e motivação do crime.

O episódio, que foi transmitido em rede nacional, gerou grande repercussão e críticas à jornalista. Os advogados da família, Dr. Fabio Costa e Dr. Luiz Fernando Ortiz, já finalizaram a peça inicial da acusação, que será protocolada na próxima semana. A ação pede uma indenização de R$ 200 mil pela exposição vexatória de Carlos Alberto durante a entrevista.

Em entrevista à CNN, Dr. Fabio Costa afirmou que o pai da jovem se sentiu “surpreso, perplexo e, principalmente, humilhado” com a condução da entrevista. “Ele prontamente se dispôs a conceder a entrevista e não imaginava tal atitude”, declarou o advogado.

A CNN tentou contato com as assessorias de imprensa da Rede Globo e de Patrícia Poeta, mas até o momento não obteve resposta. O espaço para manifestação continua aberto.

A polícia já havia descartado a possibilidade de Carlos Alberto ser considerado suspeito na morte de sua filha. Durante uma coletiva de imprensa, a equipe de investigação apresentou atualizações sobre o caso, esclarecendo que o pai foi incluído na lista de suspeitos devido a um “comportamento estranho” e um pedido de terreno ao prefeito de Cajamar logo após a confirmação da morte de Vitória.

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A defesa de Carlos Alberto, representada pelo advogado Fabio Costa, considerou a inclusão do pai entre os suspeitos como “absurda”. O advogado destacou que Carlos Alberto nunca foi formalmente ouvido pela polícia, o que dificultou a apresentação de detalhes sobre o dia do desaparecimento da filha.

O diretor do Demacro explicou que a investigação começou com as pessoas próximas à vítima, seguindo o que chamam de operação latos senso, que busca apurar informações sobre a rotina e características da vida da jovem. Após esclarecer as dúvidas, Carlos Alberto foi retirado da lista de suspeitos.

O caso de Vitória Regina teve um grande impacto na comunidade de Cajamar. O velório da jovem foi acompanhado por centenas de pessoas, demonstrando a comoção e solidariedade da população local. A tragédia trouxe à tona discussões sobre segurança pública e a necessidade de apoio às famílias de vítimas de crimes violentos.

Além disso, o episódio levantou questões sobre a ética na cobertura jornalística de crimes, especialmente no que diz respeito à exposição de familiares das vítimas em programas de televisão.

A família de Vitória, que sempre buscou apoio da mídia para ampliar a divulgação e encontrar pistas sobre o paradeiro da jovem, agora enfrenta um novo desafio com a ação judicial. O processo, que visa reparação por danos morais, também busca uma retratação pública da emissora e da jornalista.

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