Ataque ocorrido em janeiro resultou na morte de duas pessoas e deixou seis feridas no assentamento Olga Benário.
12 de Março de 2025 às 19h12

Justiça decreta prisão de quatro suspeitos por ataque a assentamento do MST em Tremembé

Ataque ocorrido em janeiro resultou na morte de duas pessoas e deixou seis feridas no assentamento Olga Benário.

A Justiça de Tremembé, cidade localizada no interior de São Paulo, decretou a prisão preventiva de quatro indivíduos suspeitos de envolvimento no ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O crime, que ocorreu no dia 10 de janeiro, resultou na morte de duas pessoas e deixou outras seis feridas.

De acordo com informações do Ministério Público, a 2ª Vara da Comarca de Tremembé acatou a denúncia apresentada, que apontou que um dos acusados havia ocupado um lote no assentamento de forma irregular. Após ser notificado para desocupar o local, o suspeito teria ameaçado as vítimas, prometendo retornar para resolver a situação.

No dia do ataque, os suspeitos efetuaram diversos disparos de arma de fogo, atingindo as vítimas e colocando em risco a vida de outras pessoas que não estavam envolvidas na discussão. Até o momento, dois homens foram presos, e as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos.

Um dos acusados, conhecido como “Nero do Piseiro”, foi identificado como o mandante do ataque e está detido no Centro de Triagem de Taubaté. Ele já possui passagens pela polícia, incluindo envolvimento em porte ilegal de arma. Um segundo suspeito teve um mandado de prisão expedido, mas permanece foragido.

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar emitiu uma nota de repúdio em relação ao atentado, classificando-o como um ato bárbaro. O ministro Paulo Teixeira pediu providências e punições rigorosas para os responsáveis pelo crime.

As vítimas do ataque, incluindo uma mãe e sua filha, passaram por cirurgias e apresentam estado de saúde estável, mas continuam sob observação médica. Um menino, irmão de uma das vítimas fatais, também foi atingido e se encontra em condição estável.

Durante o velório das vítimas, realizado no Cemitério Municipal de Tremembé, o ministro Paulo Teixeira e a ministra de Direitos Humanos, Macaé Evaristo, estiveram presentes para prestar solidariedade às famílias enlutadas.

O MST denunciou que o assentamento Olga Benário enfrenta uma série de problemas relacionados à especulação imobiliária, com disputas por terrenos que têm gerado conflitos e ameaças aos moradores. A tensão na área já dura anos, e o movimento ressalta que diversas queixas foram feitas à polícia, mas a situação continua a se agravar.

As investigações estão sendo conduzidas em conjunto pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com o objetivo de esclarecer todos os detalhes do crime e identificar todos os envolvidos.

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