
Dívida pública bruta do Brasil cai para 75,3% do PIB em janeiro, aponta BC
Setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 104,096 bilhões no mês.
A dívida pública bruta do Brasil apresentou uma queda inesperada em janeiro, alcançando 75,3% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Banco Central. Em dezembro, esse índice estava em 76,1% do PIB.
O resultado positivo foi impulsionado por um superávit primário de R$ 104,096 bilhões, superando a expectativa de economistas que projetavam um saldo positivo de R$ 102,135 bilhões, segundo pesquisa da Reuters.
O desempenho do setor público consolidado reflete um resultado positivo do governo central de R$ 83,150 bilhões. Por outro lado, Estados e municípios registraram um superávit primário de R$ 21,952 bilhões, enquanto as estatais apresentaram um déficit de R$ 1,006 bilhão.
A dívida líquida do setor público não financeiro também teve redução, passando de 61,2% do PIB em dezembro para 60,8% em janeiro, totalizando R$ 7,221 trilhões.
As variações na dívida bruta foram influenciadas por diversos fatores. O Banco Central apontou que a queda foi impactada por um efeito baixista de 0,8 ponto percentual devido às emissões líquidas da dívida, além de um impacto altista de 0,8 ponto percentual dos juros nominais.


Além disso, a apreciação cambial contribuiu com um efeito baixista de 0,3 ponto, enquanto a alta nominal do PIB teve um efeito de 0,5 ponto na diminuição da dívida.
O Banco Central também destacou que o pico da série histórica da dívida bruta foi registrado em dezembro de 2020, quando atingiu 87,6% do PIB, em decorrência das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19.
A dívida bruta do governo geral, que inclui o governo federal, estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais, é um dos principais indicadores utilizados pelas agências de classificação de risco para avaliar a solvência do país.
Com a redução da dívida, o Brasil busca melhorar sua imagem financeira no cenário internacional, especialmente em um momento em que as agências de classificação de risco estão atentas à capacidade de pagamento do país.
Os dados apresentados pelo Banco Central são um sinal positivo para a economia brasileira, que enfrenta desafios em meio a um ambiente global incerto e a necessidade de recuperação após a pandemia.
Veja também: