Grupo exige que Israel implemente cessar-fogo e libere prisioneiros palestinos em troca de refém e corpos de outros.
15 de Março de 2025 às 14h59

Hamas condiciona liberação de refém americano-israelense a acordo de trégua

Grupo exige que Israel implemente cessar-fogo e libere prisioneiros palestinos em troca de refém e corpos de outros.

O Hamas anunciou neste sábado que só irá liberar um refém americano-israelense e os corpos de quatro outros se Israel cumprir o acordo de cessar-fogo vigente na Faixa de Gaza. A organização descreveu a proposta como um "acordo excepcional" que visa restaurar a trégua.

Um alto oficial do Hamas, que pediu para não ser identificado, afirmou que as negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo, que estavam atrasadas, devem começar no dia da liberação e não podem se estender por mais de 50 dias. Além disso, Israel precisaria permitir a entrada de ajuda humanitária e retirar-se de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense, Edan Alexander, de 21 anos, foi sequestrado durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início ao atual conflito. Ele é o último cidadão americano conhecido a estar detido em Gaza.

O Hamas também exige a libertação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, segundo o oficial que participou das conversas.

Até o momento, não houve resposta imediata de Israel, que se encontrava em silêncio devido ao Sabbath, o dia de descanso semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de "manipulação e guerra psicológica" quando a proposta foi inicialmente divulgada, antes que o grupo detalhasse suas condições.

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A situação em Gaza se torna cada vez mais crítica, com a escassez de combustível afetando o funcionamento de poços de água na cidade de Rafah. Um oficial palestino alertou que a proibição israelense à entrada de combustível está comprometendo a distribuição de água potável, colocando em risco a saúde da população local.

As negociações para um cessar-fogo mais duradouro continuam em andamento no Egito, onde o líder do Hamas, Khalil al-Hayya, chegou na última sexta-feira para discutir os termos com mediadores egípcios e do Catar, que têm desempenhado um papel crucial nas conversas.

O acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em janeiro, previa a liberação de 25 reféns israelenses e a devolução de corpos de oito outros em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos. No entanto, as negociações para uma segunda fase ainda não avançaram conforme o esperado.

A guerra, que começou com o ataque do Hamas em outubro, resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses, a maioria civis, e no sequestro de 251 pessoas. Atualmente, o grupo ainda mantém 59 reféns, dos quais 24 são considerados vivos.

As ofensivas militares israelenses resultaram na morte de mais de 48.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não especifica quantos eram combatentes. Israel, por sua vez, afirma ter eliminado cerca de 20.000 militantes, embora não tenha apresentado evidências.

A devastação em Gaza é imensa, com a população local enfrentando uma crise humanitária sem precedentes, dependendo da ajuda internacional para sua sobrevivência.

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