
Forever 21 solicita recuperação judicial nos EUA pela segunda vez em seis anos
A marca de fast fashion enfrenta desafios financeiros e concorrência intensa de varejistas online como Shein e Temu
A Forever 21, conhecida varejista de fast fashion, entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, marcando sua segunda falência em seis anos. O processo foi iniciado na última semana em um tribunal de Delaware e reflete a crescente pressão financeira que a empresa enfrenta, exacerbada pela concorrência feroz de marcas estrangeiras e mudanças nos hábitos de consumo.
Segundo o comunicado oficial da empresa, as lojas e o site da Forever 21 continuarão operando normalmente enquanto a companhia implementa um “encerramento ordenado” de suas operações nos EUA. Além disso, a marca planeja realizar vendas de liquidação em suas lojas e está em busca de um comprador para parte ou todos os seus ativos.
Brad Sell, diretor financeiro da Forever 21, declarou que “não conseguimos encontrar um caminho sustentável para o futuro, considerando a concorrência das empresas de fast fashion estrangeiras, além do aumento dos custos e das dificuldades econômicas que impactam nossos clientes principais”.
A recuperação judicial sob o Capítulo 11 é uma estratégia comum utilizada por empresas em dificuldades financeiras para reestruturar suas dívidas e operações. A Forever 21 já havia solicitado proteção judicial em 2019, o que resultou no fechamento de cerca de 200 lojas e em uma significativa reestruturação de sua presença no mercado.
O setor de varejo nos Estados Unidos tem enfrentado um aumento acentuado no número de fechamentos de lojas, com mais de 7.300 encerramentos registrados no ano passado, um aumento de 57% em relação a 2023. A marca Forever 21, que já teve 800 lojas em operação, atualmente conta com mais de 540 locais globalmente.


A concorrência com gigantes do e-commerce, como Shein e Temu, tem sido um dos principais fatores que contribuíram para a crise da Forever 21. Essas plataformas, que oferecem roupas a preços acessíveis e atraentes, têm conquistado uma fatia significativa do mercado, especialmente entre o público jovem.
Neil Saunders, analista de varejo da GlobalData Retail, comentou que “a Forever 21 não tem se ajudado a enfrentar esses desafios: a mercadoria e a variedade de produtos têm sido insatisfatórias, e a marca não possui uma visão clara há muito tempo”. Essa falta de direção tem levado muitos consumidores, especialmente os mais jovens, a abandonarem a marca em busca de alternativas mais atraentes.
Além disso, a Forever 21 destacou em seu pedido de recuperação judicial a concorrência desleal gerada por isenções fiscais que permitem que varejistas internacionais enviem produtos de baixo valor para os EUA sem pagar tarifas, um fator que tem dificultado a competitividade da marca no mercado.
Embora a Forever 21 tenha um histórico de dificuldades financeiras, a possibilidade de uma venda de seus ativos pode oferecer uma nova oportunidade para a marca se reerguer. No entanto, analistas afirmam que, mesmo com uma venda, a empresa pode se tornar uma “sombra de seu antigo eu”, dependendo de como os novos proprietários decidirem administrar a marca.
As operações internacionais da Forever 21 são geridas por licenciados e não estão incluídas no pedido de falência, o que pode permitir que a marca mantenha uma presença global, mesmo em meio a essas dificuldades financeiras.
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