
Eduardo Bolsonaro solicita licença de 122 dias da Câmara para morar nos EUA
Deputado formaliza afastamento com justificativas de saúde e interesse particular
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) apresentou nesta quinta-feira (20) um pedido formal de licença da Câmara dos Deputados, que totaliza 122 dias. O afastamento será dividido em duas etapas: uma licença de dois dias para tratamento de saúde e outra de 120 dias para tratar de interesses particulares.
De acordo com a assessoria da Câmara, a convocação de um suplente será necessária devido ao período de afastamento que ultrapassa 120 dias. Durante esse tempo, Eduardo não receberá o salário de R$ 46 mil referente ao cargo.
Eduardo Bolsonaro já havia anunciado no início da semana sua intenção de se afastar para residir nos Estados Unidos. O anúncio foi feito em uma rede social, em um momento em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado.
No comunicado sobre sua licença, o deputado criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga seu pai. O julgamento está agendado para a próxima terça-feira (25).
Embora não seja alvo da investigação, Eduardo expressou temor de ser preso e justificou sua decisão afirmando que pretende “buscar sanções” contra Moraes e outras autoridades do Judiciário.


A decisão de se afastar do mandato também impede que Eduardo assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, cargo que estava previsto para ele, e gerou críticas de membros do governo, que o acusaram de “fugir” das responsabilidades.
Durante uma visita a uma exposição no Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o afastamento do filho, descrevendo o dia como “marcante” e expressando preocupação com a situação política do país.
Eduardo justificou seu afastamento como uma forma de intensificar as ações da oposição contra o STF. Ele também mencionou que sua licença é uma estratégia para evitar a apreensão de seu passaporte, que é alvo de uma notícia-crime protocolada pela bancada do PT na Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Irei me licenciar sem remuneração para que eu possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, afirmou Eduardo, ressaltando que pretende continuar sua luta contra o que considera abusos de autoridade.
O deputado também fez referência ao julgamento de seu pai, afirmando que não tem dúvidas de que há um plano para encarcerá-lo e prejudicá-lo judicialmente.
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