Câmara convoca suplente de Eduardo Bolsonaro após pedido de licença de 122 dias
Eduardo Bolsonaro se afasta do cargo para residir nos Estados Unidos; suplente assume a vaga temporariamente.
A Câmara dos Deputados formalizou o pedido de licença do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e convocou o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP) para assumir a vaga durante o período de afastamento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro protocolou na quinta-feira (20) um pedido formal de licença parlamentar por 122 dias, justificando sua mudança para os Estados Unidos. A partir dessa data, ele já aparece como “não em exercício” no site da Câmara.
O afastamento será dividido em duas etapas: dois dias de licença para tratamento de saúde e 120 dias para tratar de interesse particular. Como o período total de afastamento ultrapassa 120 dias, a convocação de um suplente se fez necessária para ocupar temporariamente a vaga.
De acordo com as regras da Câmara, em casos de afastamento, os suplentes são os candidatos mais bem votados do partido ou coligação, após os eleitos. No caso de Eduardo Bolsonaro, o primeiro suplente do PL em São Paulo seria o deputado Adilson Barroso, que já está em exercício como secretário de Segurança Pública de São Paulo no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Missionário José Olímpio, que recebeu 61.938 votos na eleição de 2022, assumirá o cargo por ser o segundo parlamentar mais votado da legenda.
Natural de Itu, São Paulo, José Olímpio tem 68 anos e já exerceu dois mandatos como deputado federal entre 2011 e 2019, além de ter sido vereador por seis mandatos. Ele é ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus e, em suas redes sociais, afirma lutar “pelos valores cristãos e familiares”.
Em 2014, enquanto ainda era deputado federal, Olímpio propôs um projeto de lei contra a “nova ordem satânica”, que proibia o implante de dispositivos eletrônicos em seres humanos. O projeto, no entanto, não avançou e foi arquivado.
Eduardo Bolsonaro, em um vídeo divulgado em suas redes sociais, comunicou sua permanência nos Estados Unidos, alegando “perseguição” que ele e seu pai enfrentam no Brasil. Ele mencionou a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar sua prisão.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou a licença, que começou a valer em 20 de março de 2025, e convocou o suplente para assumir o cargo. O documento de convocação foi publicado oficialmente, confirmando o afastamento e a necessidade de um suplente.
Eduardo Bolsonaro destacou que sua licença é uma forma de se dedicar integralmente a buscar “justas punições” para aqueles que considera violadores de direitos humanos, afirmando que sua ausência do cargo permitirá que ele represente melhor os interesses do país.
O deputado também mencionou que sua decisão de se licenciar não foi intencionalmente ligada ao protocolo de um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) para a retenção de seu passaporte, mas sim uma medida necessária para sua segurança e atuação política.
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