
Arquivos sobre assassinato de John F. Kennedy mencionam Brasil e apoio de Cuba e China
Documentos revelam ofertas de ajuda a Leonel Brizola em meio à Guerra Fria
O Brasil foi mencionado em documentos recentemente divulgados sobre o assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, ocorrido em 1963. Os arquivos foram liberados pelo governo americano, seguindo uma ordem executiva assinada por Donald Trump, e revelam detalhes sobre a influência de Cuba e China na política brasileira na época.
Um dos documentos, datado de 1961, destaca que Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, recebeu propostas de apoio material e voluntários de Fidel Castro, líder cubano, e Mao Tsé-Tung, então líder da China. O apoio visava garantir que João Goulart, vice-presidente de Jânio Quadros, assumisse a presidência após a renúncia deste.
Segundo o relatório da CIA, Brizola agradeceu as ofertas, mas decidiu recusá-las, temendo que a aceitação pudesse provocar uma intervenção dos Estados Unidos no Brasil. A recusa estava também ligada à sua intenção de manter boas relações com o governo americano.
Os documentos também mencionam a continuidade do apoio cubano a movimentos de esquerda na América Latina, incluindo o Brasil e a Argentina, mesmo após a deposição de Goulart em 1964, que deu início à Ditadura Militar no Brasil.


Além disso, um arquivo de julho de 1964 discute as supostas atividades subversivas de Cuba na América Latina, revelando que o governo cubano acreditava ser possível criar uma “segunda Cuba” na Venezuela. O documento cita Che Guevara, que afirmou que a disseminação da revolução era uma responsabilidade diária do governo cubano.
As informações foram reveladas em um contexto onde a Guerra Fria estava em seu auge, e a relação entre os Estados Unidos e os países comunistas era marcada por desconfiança e tensão. O assassinato de Kennedy, um dos eventos mais impactantes da história americana, gerou uma série de teorias da conspiração que ainda persistem até hoje.
Os arquivos liberados incluem milhões de páginas de registros sobre o caso, que foi objeto de investigações intensivas ao longo das décadas, mas muitos documentos permaneceram sob sigilo devido a questões de segurança nacional, conforme solicitado pela CIA e pelo FBI.
As revelações sobre a participação do Brasil e o apoio de Cuba e China ao governo de Brizola ilustram a complexidade da política latino-americana durante a Guerra Fria e os esforços de diferentes nações para influenciar a situação política no Brasil.
Com a liberação desses documentos, historiadores e pesquisadores têm agora acesso a informações que podem ajudar a entender melhor o contexto político da época e as dinâmicas de poder que moldaram a história brasileira e americana.
Veja também: