Operação Iceberg cumpre mandados em Santa Catarina, Paraná e São Paulo; grupo movimentou R$ 450 milhões em três anos
22 de Março de 2025 às 15h15

Polícia Federal desarticula grupo que traficava drogas em cargas de alimentos congelados

Operação Iceberg cumpre mandados em Santa Catarina, Paraná e São Paulo; grupo movimentou R$ 450 milhões em três anos

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (20) a operação Iceberg, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que utilizava empresas de logística para esconder cocaína em cargas de alimentos congelados destinadas à exportação. A ação ocorreu em diversos municípios de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Durante a operação, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, além de 10 mandados de prisão, todos expedidos pela Justiça Federal. As cidades-alvo incluíram Itapoá, Garuva e Rio do Sul, em Santa Catarina; Curitiba e Paranaguá, no Paraná; e Sorocaba e Quadra, em São Paulo.

As investigações, que tiveram início em dezembro de 2022, foram motivadas pela apreensão de três cargas de cocaína em países africanos, como Líbia, Libéria e Serra Leoa. Em todas as ocasiões, a droga estava oculta em carregamentos de frango congelado exportados a partir do porto de Itapoá, manipulados por uma empresa de logística de alimentos situada em Santa Catarina.

Os agentes da PF descobriram que um grupo de trabalhadores da empresa responsável pelo carregamento dos contêineres, que tinha acesso a informações sobre o destino das cargas, aproveitava essa estrutura para ocultar a cocaína. Além disso, o grupo cooptava funcionários de outras empresas de logística para viabilizar o tráfico a partir de portos como o de Paranaguá.

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Entre 2022 e 2024, o esquema movimentou cerca de R$ 450 milhões em contas bancárias de diversos grupos. O núcleo financeiro responsável realizava os pagamentos dos envolvidos nos serviços ilícitos por meio de empresas de fachada, sem que as empresas exportadoras e importadoras legítimas tivessem conhecimento das atividades criminosas.

As ações do grupo causaram prejuízos significativos, incluindo a interrupção de negócios com países africanos. Dois representantes de uma empresa importadora da Líbia, que não sabiam que a carga estava contaminada, foram presos sob a acusação de tráfico internacional, enfrentando o risco de prisão perpétua. Eles foram libertados após a PF esclarecer os fatos à Justiça libanesa.

A Justiça também autorizou o sequestro de veículos, imóveis e o bloqueio de contas bancárias vinculadas a 17 pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema. Os investigados responderão por crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico e lavagem de dinheiro, com penas que podem variar de três a 20 anos de reclusão.

A operação Iceberg é um marco importante no combate ao tráfico de drogas no Brasil, evidenciando a complexidade das organizações criminosas que utilizam meios sofisticados para ocultar suas atividades ilícitas.

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