Ministra das Relações Institucionais pede R$ 30 mil por danos morais após ataques machistas do parlamentar.
22 de Março de 2025 às 16h15

Gleisi Hoffmann processa deputado Gustavo Gayer no STF por declarações ofensivas

Ministra das Relações Institucionais pede R$ 30 mil por danos morais após ataques machistas do parlamentar.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná, protocolou uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer, do PL de Goiás. A ação judicial é motivada por uma série de declarações consideradas machistas feitas pelo parlamentar nas redes sociais.

Gleisi solicita uma indenização de R$ 30 mil por danos morais, alegando que as postagens de Gayer tinham como objetivo “constranger e humilhar” a ministra. Os advogados de Gleisi caracterizaram as falas do deputado como “criminosa”, destacando a necessidade de uma resposta contundente a esse tipo de violência política de gênero.

A queixa-crime foi apresentada após Gayer insinuar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria “oferecendo” Gleisi aos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente, comparando Lula a um “cafetão”. Essa declaração foi feita em resposta a uma fala do presidente, que mencionou a importância de ter uma “mulher bonita” no cargo de ministra para melhorar as relações com o Congresso.

Os advogados de Gleisi argumentam que as declarações de Gayer não apenas violam a ética e o respeito esperados de um representante público, mas também alimentam um clima de misoginia e violência política. “Atitudes como essa são inaceitáveis e precisam sofrer repreensão em um Brasil que luta para superar o entristecedor cenário de violência”, afirmaram os defensores da ministra.

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Na semana passada, Gayer já havia feito uma série de ataques à ministra, questionando se Lindbergh Farias, namorado de Gleisi e líder do PT na Câmara, aceitaria tal “oferta”. As declarações geraram grande repercussão nas redes sociais, onde o deputado teve milhares de visualizações e compartilhamentos, o que, segundo os advogados de Gleisi, agravou ainda mais a situação.

Além da queixa-crime, Gleisi também apresentou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a instauração de um inquérito para investigar os possíveis crimes de violência política de gênero cometidos por Gayer. O crime de violência política contra a mulher, previsto no Código Eleitoral, pode resultar em penas de reclusão de um a quatro anos.

Os advogados da ministra pedem que Gayer seja condenado por difamação e injúria, além do pagamento da indenização por danos morais. A defesa da ministra destaca que a conduta do deputado não apenas diminui a condição de uma mulher em um cargo público relevante, mas também contribui para um ambiente político hostil e desigual.

Até o momento, a defesa de Gustavo Gayer não se manifestou sobre as acusações e a queixa-crime apresentada por Gleisi Hoffmann.

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