
Gleisi Hoffmann apaga post polêmico sobre 'empréstimo de Lula' após críticas
Ministra das Relações Institucionais sugere novo crédito consignado e enfrenta repercussões negativas
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, apagou um vídeo publicado em suas redes sociais após receber críticas por associar um novo programa de crédito consignado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, que visa beneficiar trabalhadores com carteira assinada, gerou polêmica e levou o partido Novo a acionar o Tribunal de Contas da União (TCU).
No vídeo, divulgado no último sábado (22), Gleisi afirmou: “Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”. A declaração gerou uma onda de reações negativas, levando a ministra a retirar a postagem no dia seguinte. O partido Novo argumentou que a fala da ministra violou o princípio da impessoalidade na administração pública ao promover diretamente o presidente.
O partido protocolou uma representação no TCU, alegando que a publicidade institucional deve servir ao interesse público e não à promoção pessoal de autoridades. A líder do Novo na Câmara, Adriana Ventura, criticou a ministra, afirmando que “o que vimos no vídeo é o uso indevido da máquina pública em uma tentativa descarada de antecipar a propaganda eleitoral para 2026”.
A bancada do Novo solicitou ao presidente do TCU, Vital do Rêgo, que conceda uma medida cautelar para impedir a veiculação de novas peças publicitárias que utilizem a expressão “empréstimo do Lula”.


O programa de crédito consignado, denominado “Crédito do Trabalhador”, foi lançado na última sexta-feira (21) e já registrou 40,1 milhões de simulações e cerca de 4,5 milhões de propostas até o domingo (23). Os trabalhadores podem solicitar o crédito através da Carteira de Trabalho Digital, autorizando o acesso aos seus dados pessoais.
Com a nova modalidade, os trabalhadores podem utilizar até 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória como garantia para o empréstimo. As parcelas são descontadas diretamente da folha salarial e não podem ultrapassar 35% do salário bruto.
Durante o lançamento do programa, o presidente Lula destacou que a iniciativa visa oferecer “crédito barato para sair da mão do agiota”, prometendo uma revolução no acesso ao crédito no país. A ministra Gleisi, ao falar sobre a medida, foi criticada por internautas que apontaram a violação do princípio da impessoalidade, conforme o artigo 37 da Constituição Federal.
O episódio gerou discussões sobre a adequação de campanhas publicitárias governamentais e o uso de recursos públicos para promoção pessoal. O espaço para comentários da assessoria de Gleisi sobre a polêmica permanece aberto, mas até o momento não houve retorno.
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