
Congresso da Argentina aprova novo empréstimo com FMI sob protestos populares
O Congresso argentino autorizou o governo de Javier Milei a negociar um novo empréstimo com o FMI, enquanto manifestantes protestam.
O Congresso da Argentina deu, nesta quarta-feira (19), a autorização necessária para que o governo de Javier Milei, presidente ultraliberal, inicie negociações para um novo empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O valor do novo empréstimo ainda não foi divulgado, mas será adicionado aos US$ 44 bilhões que o país já deve ao organismo internacional.
Com 129 votos a favor, 108 contra e seis abstenções, a aprovação ocorreu na Câmara dos Deputados, em um clima tenso, com milhares de manifestantes se reunindo nas proximidades do Congresso para protestar contra as políticas de austeridade implementadas por Milei e sua intenção de firmar um novo acordo com o FMI.
O novo acordo permitirá ao governo argentino refinanciar sua dívida e acessar novos fundos em um momento de crescente inquietação no mercado sobre a direção do plano econômico do país. A votação foi marcada por intensos debates e a oposição, liderada pelo peronismo, expressou sua preocupação com as consequências da nova dívida, afirmando que não reconhecerá o acordo caso retome o controle do governo.
O decreto que autoriza o novo empréstimo foi emitido por Milei em 11 de março e, segundo a legislação argentina, o presidente deve buscar a aprovação do Congresso para firmar acordos com o FMI. A decisão de hoje representa um passo importante para o governo, que enfrenta desafios econômicos significativos e pressões sociais crescentes.


Durante a votação, o deputado Aldo Leiva, do partido União pela Pátria, questionou a legitimidade do processo, alegando que houve “fraude” e “compra de votos” durante as negociações. Ele afirmou que “nunca saberemos quais foram as negociações obscuras que ocorreram” e expressou sua indignação com a condução do governo.
A aprovação do novo empréstimo ocorre em um contexto de agitação social, com protestos contra os cortes de gastos promovidos por Milei e sua política econômica considerada severa para a população. Na semana passada, manifestações de aposentados foram reprimidas pela polícia, aumentando a tensão entre o governo e a sociedade civil.
A situação econômica da Argentina continua a ser crítica, com a inflação disparando e a moeda local enfrentando desvalorização. O governo de Milei busca, por meio deste novo acordo, estabilizar a economia e restaurar a confiança dos investidores.
Os próximos passos do governo argentino em relação ao FMI e a resposta da população serão cruciais para determinar o futuro econômico do país. A expectativa é que as negociações avancem rapidamente, mas a resistência popular pode complicar o cenário.
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