
Dólar encerra em alta a R$ 5,73, impulsionado por incertezas sobre tarifas de Trump
Após queda na terça-feira, moeda americana se valoriza em meio a especulações sobre novas tarifas dos EUA.
O dólar à vista fechou a quarta-feira, 26, cotado a R$ 5,73, apresentando uma alta de 0,41% em relação ao dia anterior. O movimento de valorização da moeda americana ocorre após um recuo de 0,75% na sessão anterior, refletindo a incerteza em torno das possíveis tarifas comerciais que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode anunciar.
Os investidores estão atentos às declarações do governo dos EUA, que indicam a possibilidade de novas tarifas sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips. Essas especulações têm gerado apreensão no mercado financeiro, levando a uma volatilidade nas cotações do dólar.
Às 17h14, na B3, o dólar para abril, o contrato mais líquido no Brasil, subia 0,56%, cotado a R$ 5,7390. No ano, a moeda americana acumula uma queda de 7,22% frente ao real, apesar da alta recente.
Os dados econômicos divulgados também influenciam o mercado. O déficit em transações correntes de fevereiro foi de US$ 8,758 bilhões, um resultado melhor do que o esperado pelos analistas, que projetavam um rombo de US$ 9,104 bilhões. Esse saldo negativo representa 3,28% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.


O Ibovespa, principal índice da B3, apresentou uma leve alta de 0,34%, fechando aos 132.519,63 pontos. O desempenho positivo do índice é atribuído à reação do mercado aos dados econômicos e ao cenário global, que continua sendo impactado pelas incertezas em relação às políticas comerciais dos EUA.
Analistas indicam que a alta do dólar pode ser vista como uma correção após a queda acentuada da véspera. Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, comentou que “estamos num momento de morde-e-assopra com essa questão das tarifas, com ondas de otimismo e pessimismo nos mercados”.
Além disso, a expectativa em torno da política monetária do Federal Reserve (Fed) também gera incertezas. Neel Kashkari, presidente do Fed de Minneapolis, alertou que a indefinição sobre as tarifas dificulta o manejo da política monetária, enquanto Alberto Musalem, do Fed de St. Louis, ressaltou que os juros podem precisar ser mantidos elevados por mais tempo devido a esses fatores.
O economista André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online, observou que a valorização do dólar nesta quarta-feira é um movimento natural de correção após a queda anterior, com os investidores tentando avaliar os impactos das tarifas sobre a economia americana.
Por fim, o Banco Central do Brasil informou que o fluxo cambial total em março está negativo em US$ 7,530 bilhões, devido à saída líquida de US$ 7,676 bilhões. A apreciação do real no mês e no ano tem sido sustentada pelo desmonte de posições compradas em derivativos cambiais por parte dos investidores estrangeiros.
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