
Hamas convoca apoiadores a lutarem contra plano de Trump para Gaza
Em comunicado, líder do Hamas pede que simpatizantes em todo o mundo se armem contra proposta de realocação de gazenses.
Um dirigente do Hamas, Sami Abu Zuhri, fez um apelo global nesta segunda-feira (31) para que seus apoiadores peguem em armas e lutem contra o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê a realocação de mais de dois milhões de habitantes de Gaza para países vizinhos, como Egito e Jordânia.
“Diante deste plano sinistro, que combina massacres com fome, qualquer pessoa que possa portar armas, em qualquer parte do mundo, deve entrar em ação”, declarou Abu Zuhri em um comunicado. Ele ainda acrescentou: “Não retenham um explosivo, uma bala, uma faca ou uma pedra. Que todo mundo rompa seu silêncio”.
O chamado à ação surge após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter declarado que permitiria a saída dos líderes do Hamas de Gaza, desde que o grupo palestino concordasse em desarmar-se. Netanyahu também mencionou que Israel está em busca de implementar a proposta de Trump, que visa deslocar os moradores de Gaza para outras nações.
O plano de Trump, que inicialmente previa o deslocamento em massa dos 2,4 milhões de gazenses sem direito de retorno, foi amplamente criticado pela comunidade internacional. Após assumir a presidência, Trump sugeriu que os habitantes de Gaza fossem removidos do território, mas depois pareceu recuar, afirmando que não estava forçando a implementação dessa proposta.


Netanyahu, em suas declarações, afirmou que, após o conflito, Israel assegurará a segurança em Gaza e permitirá a execução do plano de Trump, que foi descrito como uma “migração voluntária”.
O conflito atual, que teve início com um ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, resultou em milhares de mortes, com dados indicando que pelo menos 1.218 israelenses e mais de 50.277 gazenses, a maioria civis, perderam a vida até o momento, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
A resposta militar de Israel, que incluiu bombardeios aéreos e ofensivas terrestres, foi retomada em 18 de março, encerrando uma frágil trégua estabelecida após 15 meses de hostilidades. A escalada do conflito tem gerado preocupações sobre a situação humanitária em Gaza, que já enfrentava desafios significativos antes do início das hostilidades.
O apelo de Abu Zuhri reflete a crescente tensão na região, especialmente em meio ao apoio de Netanyahu ao plano de Trump, que foi recebido com resistência por líderes palestinos e pela comunidade internacional. A proposta de realocação foi rotulada por muitos como uma “receita para o caos” no Oriente Médio, e países como Egito e Jordânia já se manifestaram contra a ideia, temendo suas consequências desestabilizadoras.
A situação continua a evoluir, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos do conflito e as reações às propostas de Trump e Netanyahu. As tensões entre Israel e o Hamas permanecem altas, e o futuro da região continua incerto.
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