George Santos, ex-deputado americano de origem brasileira, é condenado a sete anos de prisão

O ex-deputado republicano George Santos, de 36 anos e filho de imigrantes brasileiros, foi condenado a 87 meses de prisão federal nesta sexta-feira, 25 de agosto. A decisão foi proferida pela juíza Joanna Seybert, que considerou a gravidade das fraudes cometidas por Santos durante sua campanha eleitoral de 2022.

Santos se declarou culpado em agosto das acusações de fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado, além de admitir envolvimento em uma série de outros esquemas fraudulentos, incluindo mentiras ao Congresso e desvio de recursos destinados à sua campanha.

A sentença foi uma resposta a um pedido dos promotores federais, que argumentaram que a pena de 87 meses era necessária para proteger o público de novas fraudes e refletir a seriedade dos crimes cometidos. Os promotores descreveram Santos como um “vigário sem arrependimento”, que continuou a agir de forma audaciosa mesmo após as acusações.

Durante a audiência, a juíza Seybert destacou a responsabilidade de Santos ao afirmar: “Suas palavras têm consequências. Você foi eleito com suas palavras, a maioria das quais eram mentiras.” Essa declaração enfatiza a gravidade da situação em que se encontra o ex-deputado, que se tornou uma figura controversa e alvo de piadas em todo o mundo.

Os advogados de Santos solicitaram uma pena mais branda de 24 meses, argumentando que seus crimes não eram violentos e que sua conduta foi resultado de um “desespero equivocado” durante sua campanha. No entanto, a juíza decidiu que a pena deveria ser mais severa, considerando o impacto de suas ações.

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A condenação de Santos encerra um capítulo tumultuado de sua carreira política, marcada por mentiras sobre sua educação, experiência profissional e até mesmo sua história familiar. Ele chegou a alegar ser descendente de judeus sobreviventes do Holocausto, uma afirmação que foi desmentida por investigações.

O ex-congressista foi expulso da Câmara dos Representantes em dezembro de 2023, após a revelação de suas fraudes. Mais de dois terços de seus colegas votaram pela sua expulsão, incluindo mais de cem republicanos, que o acusaram de “desacreditar gravemente” a instituição.

Além da pena de prisão, Santos também foi condenado a pagar uma restituição de US$ 373.000, referente aos valores desviados de sua campanha. Ele tem até o dia 25 de julho para se entregar e iniciar o cumprimento da pena.

Apesar de sua situação, Santos continua a se defender nas redes sociais, alegando que sua condenação é resultado de uma perseguição política. No entanto, ele reconheceu a necessidade de assumir a responsabilidade por suas ações, afirmando que não pedirá um perdão presidencial ao ex-presidente Donald Trump, com quem tentou manter uma relação próxima na esperança de receber clemência.

As ações de Santos, que incluem tentativas de monetizar sua notoriedade por meio de vídeos personalizados e um podcast chamado “Pants on Fire”, mostram sua luta para lidar com as consequências de suas mentiras e fraudes, enquanto enfrenta um futuro incerto após a condenação.