
EUA e Ucrânia assinam acordo de minerais que fortalece parceria econômica e sinaliza para Rússia
O acordo de compartilhamento de minerais entre EUA e Ucrânia é visto como um passo importante para fortalecer a economia ucraniana e a posição nas negociações com Moscou.
O governo dos Estados Unidos e a Ucrânia firmaram um acordo de compartilhamento de minerais, considerado um marco na cooperação econômica entre os dois países. A assinatura ocorreu em Washington, D.C., após meses de negociações intensas e é vista como um sinal claro de apoio à Ucrânia em meio ao conflito com a Rússia.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, destacou que o acordo permitirá aos EUA acesso preferencial a novos contratos de exploração mineral na Ucrânia, além de financiar investimentos na reconstrução do país. Bessent afirmou que “esta parceria econômica total não se limita apenas a recursos minerais, mas também abrange infraestrutura e energia, criando oportunidades para ambos os lados”.
O presidente Donald Trump, que tem promovido o acordo como uma forma de recuperar parte dos mais de US$ 100 bilhões em ajuda enviados à Ucrânia desde o início da invasão russa, vê a iniciativa como uma maneira de negociar com a Rússia em condições mais favoráveis.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, deve apresentar detalhes do acordo ao Parlamento, conhecido como Rada, onde a ratificação do documento será discutida. Embora o acordo não inclua garantias de segurança explícitas, ele promete novas entregas de armamentos americanos, incluindo sistemas de defesa aérea, que serão financiados por um fundo conjunto.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodymyr Zelenskyy, enfatizou que o acordo é um indicativo de que “Moscou perdeu”, referindo-se à falha da Rússia em obter uma participação nos recursos minerais da região do Donbas, que está sob ocupação russa. Ele acrescentou que o pacto fortalece alianças e recursos para a resistência ucraniana.


O acordo é interpretado como um passo significativo na parceria estratégica entre os EUA e a Ucrânia, com o objetivo de fortalecer a economia e a segurança do país. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou que o pacto representa um marco importante na relação entre os dois países.
Apesar do otimismo, alguns legisladores ucranianos expressaram cautela, afirmando que ainda é cedo para avaliar completamente o impacto do acordo. Oleksandr Merezhko, membro da Rada, indicou que a proposta é melhor do que a versão inicial, mas ressaltou a necessidade de uma análise mais aprofundada.
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, criticou o acordo, afirmando que ele representa uma derrota para a Ucrânia, que agora teria que pagar por suprimentos militares com sua riqueza nacional.
Enquanto isso, Bessent reiterou que o acordo demonstra o compromisso da administração Trump com um processo de paz que prioriza uma Ucrânia livre, soberana e próspera, e que é hora de encerrar a guerra que já dura três anos.
O acordo de minerais entre os EUA e a Ucrânia não apenas reforça a cooperação econômica, mas também serve como um importante sinal político para a Rússia, que continua a enfrentar a resistência ucraniana.
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