Ministros da Primeira Turma avaliam se aceitam denúncia da PGR contra integrantes do núcleo 4 do golpe de 2022.
06 de Maio de 2025 às 15h21

STF analisa denúncia contra sete acusados de desinformação na trama golpista

Ministros da Primeira Turma avaliam se aceitam denúncia da PGR contra integrantes do núcleo 4 do golpe de 2022.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (6) o julgamento de uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete indivíduos acusados de integrarem o núcleo 4 da suposta trama golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

O julgamento, que acontece a partir das 14h30, tem como foco a análise do recebimento da denúncia. Se os ministros decidirem por aceitá-la, os acusados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal no STF.

De acordo com a denúncia da PGR, os integrantes do núcleo 4 estariam envolvidos em ações estratégicas de desinformação, com o intuito de desacreditar o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, além de criar instabilidade social que favorecesse o golpe. A PGR também alega que esses indivíduos utilizaram a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores e intimidar aqueles que se opunham ao plano.

Entre os denunciados estão militares da ativa e da reserva do Exército, um policial federal e um engenheiro, todos acusados de promover notícias falsas e ataques virtuais a autoridades e instituições que ameaçavam os interesses do grupo. Os acusados são:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva do Exército;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva;
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, agente da Polícia Federal.

Durante a sessão, a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, destacou que todos os acusados tinham plena consciência de seus atos e que a PGR foi capaz de detalhar a conduta de cada um deles em sua denúncia, que conta com quase 300 páginas.

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Os advogados de defesa argumentam que a denúncia não individualizou as condutas atribuídas a cada um dos acusados, questionando a validade das acusações. Eles alegam que a PGR não apresentou provas suficientes para sustentar a acusação de organização criminosa.

A análise da denúncia ocorre em um contexto em que o STF já aceitou outras partes da denúncia contra outros núcleos envolvidos na trama golpista, totalizando até o momento 14 réus. Se a denúncia contra o núcleo 4 for aceita, esse número pode aumentar para 21.

O julgamento é parte de um processo mais amplo que investiga a tentativa de golpe de Estado e a organização criminosa que teria se formado para desestabilizar o governo eleito. Os ministros da Primeira Turma devem decidir se os indícios apresentados pela PGR são suficientes para dar início à ação penal contra os acusados.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já manifestou sua intenção de aceitar a denúncia, afirmando que os acusados integraram uma organização criminosa com o objetivo de manter Jair Bolsonaro no poder. A decisão final dos ministros será crucial para o andamento do processo e para a responsabilização dos envolvidos na trama golpista.

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