
Justiça do Rio determina prisão preventiva do rapper Oruam por desacato e tráfico
Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam, é acusado de crimes após confusão com policiais em sua residência.
A Justiça do Rio de Janeiro expediu, nesta terça-feira, 22, um mandado de prisão preventiva contra o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, popularmente conhecido como Oruam. O cantor, que já havia sido preso em fevereiro deste ano, é acusado de crimes graves, incluindo tráfico de drogas, associação ao tráfico, desacato, resistência, lesão corporal, ameaça e dano.
A confusão que resultou na prisão ocorreu na madrugada de segunda-feira, 21, quando policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foram até a residência do artista, localizada no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio. Os agentes estavam lá para cumprir um mandado de busca e apreensão relacionado a um menor de idade, conhecido como Menor Piu, que é considerado um dos maiores ladrões de veículos do estado e que supostamente estava escondido na casa de Oruam.
Durante a operação, Oruam e seus amigos teriam tentado impedir a ação policial, resultando em um confronto. O rapper, em vídeos postados em suas redes sociais, expressou sua indignação, afirmando: “Tem mais de 20 viaturas na minha casa. O mesmo delegado que me prendeu. Eu estava saindo e colocaram a pistola na minha cara. Claro que ele vai querer prender nós porque nós somos filhos de bandido”.
O pai de Oruam, Mário dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, é um dos líderes históricos do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais influentes do Brasil, e está preso desde 1996. A relação do rapper com seu pai é frequentemente mencionada em sua carreira, sendo um tema recorrente em suas letras e aparições públicas.


A juíza Ana Cristine Scheele Santos, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, justificou a prisão preventiva de Oruam como necessária para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal, considerando as evidências apresentadas pela polícia.
Após a abordagem, Oruam e um grupo de pessoas teriam atacado os policiais com pedras, resultando em ferimentos a um dos agentes. A Polícia Civil informou que, além de Oruam, outros indivíduos que participaram do ataque também foram identificados e indiciados.
O rapper, que se destacou na cena musical brasileira, especialmente entre o público jovem, é conhecido por seu estilo de vida ostentatório, frequentemente compartilhando em suas redes sociais suas aquisições luxuosas, como carros de alto valor e uma vida de festas extravagantes. Ele também é próximo de outros artistas do gênero, como MC Daniel e Orochi.
Na manhã desta terça-feira, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, comentou o episódio e classificou Oruam como “um marginal da pior espécie, ligado ao Comando Vermelho”, enfatizando a gravidade das acusações contra o rapper. Oruam, por sua vez, alegou ter sido vítima de abuso de poder durante a operação policial, afirmando que não havia nada de ilegal em sua casa.
O caso de Oruam levanta questões sobre a relação entre celebridades e o crime organizado no Brasil, evidenciando a complexidade da situação vivida por muitos jovens artistas que buscam ascender na indústria musical, mas que frequentemente se veem envolvidos em polêmicas e conflitos com a lei.
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