
Bolsonaro chora em culto após decisão de Moraes que impede sua prisão preventiva
Ex-presidente se ajoelhou em culto evangélico, expressando emoção após decisão do STF; medidas cautelares ainda o restringem.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quinta-feira, 24, de um culto na Igreja Catedral da Benção, localizada em Taguatinga, no Distrito Federal, onde chorou durante a pregação. Ele, que se declara católico, se ajoelhou e deu glórias, um gesto comum entre os adeptos da religião evangélica.
A visita ao templo evangélico ocorreu em um contexto de restrições à sua liberdade, impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro estava acompanhado do senador Magno Malta (PL-ES) durante o culto.
Enquanto se dirigia à igreja, Moraes divulgou uma decisão sobre os embargos de declaração apresentados pela defesa de Bolsonaro, que solicitava esclarecimentos sobre o despacho que o ameaçava de prisão caso suas declarações fossem reproduzidas por terceiros nas redes sociais.
O ministro esclareceu que “em momento algum Jair Messias Bolsonaro foi proibido de conceder entrevistas ou proferir discursos em eventos públicos ou privados, respeitados os horários estabelecidos nas medidas restritivas”.
Moraes justificou a possibilidade de prisão preventiva de Bolsonaro, afirmando que “não seria lógico e razoável permitir a utilização do mesmo ‘modus operandi’ criminoso com diversas redes sociais de terceiros, em especial por milícias digitais e apoiadores políticos”, para divulgar condutas ilícitas, mesmo em entrevistas, com o objetivo de instigar um chefe de Estado estrangeiro a interferir no processo judicial.


Nos últimos dias, Bolsonaro evitou responder a questionamentos da imprensa, temendo ser preso por ordem de Moraes. Atualmente, ele está impedido de sair de Brasília e utiliza desde a última sexta-feira, 18, uma tornozeleira eletrônica que monitora seu deslocamento.
Além disso, o ex-presidente é obrigado a permanecer em casa entre 19h e 6h, não pode utilizar redes sociais e deve manter distância de embaixadas, devido a suspeitas de que poderia se refugiar em outro país para escapar de possíveis penas relacionadas à ação penal do golpe, que está em fase final de tramitação no STF.
Durante o culto, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também discursou, comentando sobre a situação jurídica de seu marido. Ela afirmou que ele “está vivendo uma censura prévia e está tendo seu direito de liberdade de expressão violado”, enquanto Bolsonaro chorava ao seu lado.
O clima emocional do culto foi intensificado pela presença de apoiadores e pela mensagem de fé proferida pelos líderes religiosos, que enfatizaram a importância da união e da resistência diante das adversidades.
A decisão de Moraes de não converter as restrições em prisão preventiva foi recebida com críticas por parte de alguns membros da bancada do PL, que acusaram o ministro de agir com vingança contra o ex-mandatário.
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