Ministro do STF alerta que descumprimento de medidas cautelares pode resultar em prisão do ex-presidente.
22 de Julho de 2025 às 11h34

Moraes exige explicações de Bolsonaro em 24 horas sobre uso de redes sociais

Ministro do STF alerta que descumprimento de medidas cautelares pode resultar em prisão do ex-presidente.

BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um prazo de 24 horas para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente esclarecimentos sobre o descumprimento de medidas cautelares que proíbem a divulgação de conteúdos relacionados a entrevistas do ex-chefe do Executivo nas redes sociais.

O despacho foi emitido após Bolsonaro ter comparecido à Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21) e exposto sua tornozeleira eletrônica, um dispositivo de monitoramento imposto como parte das restrições judiciais. Moraes destacou que a exibição do equipamento e as declarações feitas pelo ex-presidente nas redes sociais configuram uma possível violação das determinações judiciais.

“INTIMEM-SE os advogados regularmente constituídos por Jair Messias Bolsonaro para, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, prestarem esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares impostas, sob pena de decretação imediata da prisão do réu”, afirmou Moraes em seu despacho.

As restrições impostas ao ex-presidente incluem a proibição de utilizar redes sociais, tanto diretamente quanto através de terceiros. Isso significa que qualquer tentativa de burlar a medida, como a veiculação de conteúdos por apoiadores, poderá resultar em consequências legais severas.

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Na decisão, Moraes reiterou que a proibição abrange a transmissão de áudios, vídeos e trechos de entrevistas, independentemente de quem os publique. O ex-presidente, que já se encontra sob investigação em relação a ações ligadas aos eventos de 8 de janeiro, foi advertido anteriormente sobre a necessidade de respeitar as limitações impostas pelo STF.

Durante sua aparição na Câmara, Bolsonaro declarou: “Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país”. Ele se referia à tornozeleira como uma afronta à sua dignidade como ex-presidente.

O magistrado também enfatizou que a defesa deve justificar formalmente qualquer ação que possa ser interpretada como uma tentativa de contornar as medidas cautelares. O não cumprimento das ordens judiciais pode levar à revogação das condições estabelecidas e à prisão do ex-presidente.

As medidas cautelares foram determinadas na última sexta-feira (18) e incluem restrições adicionais, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de contato com autoridades e investigados em casos relacionados ao 8 de janeiro.

O cenário atual revela um embate entre as autoridades judiciais e o ex-presidente, que continua a desafiar as ordens do STF. A resposta da defesa de Bolsonaro será crucial para determinar os próximos passos no processo judicial que o envolve.

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