
Erro de português de Moraes em decisão sobre Bolsonaro gera repercussão nas redes sociais
Ministro do STF utilizou 'mais' em vez de 'mas' em despacho que advertiu ex-presidente
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, cometeu um erro gramatical em sua decisão publicada nesta quinta-feira (24), na qual negou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deslize na linguagem rapidamente se tornou um assunto recorrente nas redes sociais e na imprensa.
No despacho, Moraes tentou transmitir uma advertência ao ex-presidente ao afirmar: “Como diversas vezes salientei na Presidência do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, a JUSTIÇA É CEGA MAIS NÃO É TOLA!!!!!” O uso incorreto da palavra “mais” em vez de “mas” gerou críticas e ironias entre os internautas, que rapidamente notaram a confusão.
O advérbio “mais” indica quantidade ou intensidade, enquanto “mas” é uma conjunção adversativa que expressa oposição. Portanto, o correto seria dizer: “A Justiça é cega, mas não é tola.” Além disso, a frase de Moraes carecia de uma vírgula após “cega”, o que também contraria as normas gramaticais.
A repercussão do erro foi imediata. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não perdeu a oportunidade de debochar da situação, postando em sua conta no X (antigo Twitter): “Estou proibido de postar falas de meu pai, ‘MAIS’ posso postar as decisões do Alexandre de Moraes.” A ironia do deputado ressoou entre seus apoiadores, que questionaram a competência do magistrado.


Após a onda de críticas, Moraes emitiu uma versão corrigida de sua decisão, substituindo “mais” por “mas”. Contudo, o novo documento ainda continha o erro da crase antes de “favor”, contrariando a regra que não permite crase diante de palavras masculinas.
A falha gramatical de Moraes não passou despercebida e gerou uma série de comentários nas redes sociais, onde usuários destacaram a importância de uma revisão cuidadosa em documentos de tamanha relevância. A frase enfatizada pelo ministro, embora comum em decisões judiciais, acabou se tornando mais notável pelo erro do que pela mensagem que pretendia transmitir.
O episódio também levantou discussões sobre a responsabilidade dos magistrados em manter a precisão da linguagem em seus despachos, especialmente em casos que envolvem figuras públicas como Jair Bolsonaro. A expectativa é que erros como esse sejam evitados em futuras publicações, para preservar a credibilidade do sistema judiciário.
Além disso, a situação reacendeu debates sobre a importância da educação linguística e a necessidade de um maior cuidado na comunicação oficial, especialmente em textos que podem impactar decisões judiciais.
Por fim, a decisão de Moraes, que não decretou a prisão preventiva de Bolsonaro, manteve as proibições impostas ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a restrição de acesso às redes sociais. O ministro alertou que a prisão seria imediata em caso de descumprimento das medidas cautelares.
Veja também: