
Arrecadação federal atinge R$ 234,59 bilhões e registra recorde histórico em junho
Governo federal perdeu R$ 10 bilhões em arrecadação devido a desonerações tributárias em junho
A arrecadação federal de impostos no Brasil alcançou R$ 234,59 bilhões em junho de 2025, conforme dados divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (24). Este valor representa um aumento real de 6,62% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, consolidando o melhor desempenho já registrado para o mês de junho desde o início da série histórica, em 1995.
No acumulado do ano, a arrecadação totalizou R$ 1,425 trilhão, também com uma alta real de 4,38% em relação ao primeiro semestre de 2024, evidenciando o crescimento contínuo das receitas tributárias do governo federal.
Sem considerar a correção inflacionária, a arrecadação de junho apresentou um aumento de 12,33%. Quando analisadas apenas as receitas administradas pela Receita Federal, o crescimento real foi de 7,28%, totalizando R$ 226,6 bilhões. No ano, essas receitas somaram R$ 1,365 trilhão, com um aumento real de 5%.
Por outro lado, a receita proveniente de outros órgãos federais, que inclui royalties de petróleo, foi de R$ 7,9 bilhões em junho, representando uma queda real de 9,09%. No acumulado do ano, essa arrecadação totalizou R$ 60,7 bilhões, com uma diminuição real de 8,6%.
Um fator significativo que impactou a arrecadação foi a desoneração tributária, que resultou na perda de R$ 10 bilhões em junho. Este valor representa uma queda de R$ 42 milhões em relação ao mesmo mês de 2024. No total, as desonerações acumuladas até agora somam R$ 60,7 bilhões, um valor R$ 1,4 bilhão inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.


As principais fontes de renúncia fiscal do governo federal incluem a folha de salários, que gerou R$ 8,4 bilhões; o Lucro Presumido, com R$ 936 milhões; e as entidades beneficentes, que somaram R$ 726 milhões. Outras fontes, como o transporte coletivo e a cesta básica, contribuíram com R$ 347 milhões cada.
O aumento na arrecadação foi impulsionado por diversas medidas adotadas pelo governo, incluindo a aprovação de novas tributações no Congresso em 2023, como a taxação de fundos exclusivos e a revisão da tributação de combustíveis. Essas ações têm sido essenciais para o fortalecimento das receitas federais e para a busca do equilíbrio fiscal.
Além disso, a Receita Federal destacou que o crescimento na arrecadação de impostos sobre ganho de capital, a Cofins e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também foram fatores determinantes para o recorde alcançado em junho.
A meta fiscal do governo para este ano é de um resultado zero, com um limite de tolerância para um déficit de até R$ 31 bilhões. As novas projeções indicam um déficit estimado de R$ 26,3 bilhões, o que oferece uma margem de R$ 4,6 bilhões em relação ao piso da meta.
Com a melhora nas receitas, o governo anunciou a redução do congelamento de gastos no Orçamento deste ano, que caiu de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões. Essa flexibilização permitirá um maior investimento em áreas prioritárias, mesmo diante do crescimento das despesas obrigatórias.
O cenário de recuperação econômica e a melhoria nas receitas fiscais são vistos como fundamentais para a sustentabilidade das contas públicas e para o planejamento orçamentário do governo nos próximos anos.
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