Decisão do Copom interrompe aumento que durou dez meses e ocorre em meio a incertezas econômicas.
31 de Julho de 2025 às 09h43

Banco Central mantém Selic em 15% ao ano e encerra ciclo de alta de juros

Decisão do Copom interrompe aumento que durou dez meses e ocorre em meio a incertezas econômicas.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (30), manter a taxa Selic em 15% ao ano, encerrando assim o ciclo de alta que se arrastava desde setembro do ano passado, quando a taxa estava em 10,50% ao ano. Essa é a primeira pausa após sete aumentos consecutivos, levando a Selic ao maior patamar desde julho de 2006.

A decisão já era amplamente esperada pelo mercado financeiro, que projetava a estabilidade da taxa. Em sua última reunião, realizada em junho, o Copom havia sinalizado a possibilidade de interromper o ciclo de alta, considerando o impacto das elevações anteriores na economia.

O cenário econômico atual é marcado por incertezas, especialmente após o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Esta medida pode impactar negativamente as exportações do Brasil e, consequentemente, a atividade econômica interna.

Além disso, a taxa de juros nos Estados Unidos, mantida pelo Federal Reserve (Fed) entre 4,25% e 4,50%, também influencia as decisões do BC. O Fed optou por manter sua taxa em um momento em que a economia americana apresenta sinais de desaceleração.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

O Copom tem acompanhado de perto as projeções de inflação, que, segundo o relatório Focus, mostram uma leve queda. A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano passou de 5,25% para 5,09%. Para 2026, a expectativa é de 4,44%, inferior à previsão anterior de 4,50%.

Em relação ao mercado de trabalho, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, o menor nível histórico para o período, o que pode contribuir para pressões inflacionárias futuras.

Os diretores do Copom destacaram a necessidade de manter uma política monetária “significativamente contracionista” por um período prolongado, dada a resiliência da inflação e a atividade econômica aquecida, que ainda apresenta riscos de descontrole inflacionário.

A próxima reunião do Copom está agendada para setembro, quando os diretores voltarão a avaliar a situação econômica e as projeções inflacionárias, podendo ajustar a Selic conforme necessário.

Veja também:

Tópicos: