Cachorra brasileira vence Campeonato Mundial de Surfe nos EUA

Um espetáculo de alegria e superação nas ondas

Em 2 de agosto de 2025, a praia de Linda Mar, em Pacifica, Califórnia, foi tomada por uma multidão animada para a 9ª edição do Campeonato Mundial de Surfe para Cães. Famílias, curiosos e amantes de animais de diversos países se reuniram para assistir a uma cena pouco comum: cachorros de todas as raças deslizando sobre as ondas, exibindo talento, coragem e carisma.

Entre os 20 competidores de países como Brasil e Japão, quem roubou a cena foi Cacau, uma labradora chocolate brasileira. Ao lado de seu tutor Ivan Quintães, da Família Surf Dog, ela conquistou três medalhas de ouro, uma de prata, uma de bronze e o cobiçado título de "Top Dog 2025", repetindo o feito do ano anterior e entrando para a história do surfe canino.

Filha de Bono, lendário cão surfista com cinco títulos mundiais, Cacau brilhou justamente na véspera do 15º aniversário do pai, adicionando um tom emocional à conquista — um verdadeiro legado sobre pranchas e patas.

Diversidade e emoção: cães de todas as formas nas ondas

O campeonato dividiu os competidores em categorias conforme o porte (pequeno, médio, grande e extra-grande), além de contar com provas em tandem — com duplas de cães ou cão e humano. Cada manobra era recebida com aplausos e gritos do público, encantado com as piruetas caninas e os rabos abanando.

Entre os destaques, Iza, uma buldogue francesa de apenas 5 anos, venceu a categoria de porte médio com uma performance segura e cheia de estilo. Já Faith, uma pitbull de 14 anos, emocionou ao vencer a categoria dos grandes e anunciar sua aposentadoria das competições — uma despedida à altura de sua trajetória inspiradora.

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Apesar da densa neblina e das ondas de até cinco pés, os cães competiram com entusiasmo, contagiando a plateia. O vínculo entre tutor e pet, essencial para a confiança nas pranchas, ficou evidente a cada entrada no mar.

Um campeonato que vai além do pódio

O evento também enfrentou desafios fora d’água. Em 2025, as taxas municipais aumentaram 42%, colocando em risco sua realização. A resposta da comunidade, no entanto, foi exemplar: campanhas de arrecadação garantiram a continuidade do campeonato, destacando sua importância não apenas esportiva, mas também cultural e afetiva.

Com estandes educativos sobre segurança aquática, bem-estar animal e adoção, o Mundial de Surfe para Cães se consolidou como um espaço de impacto social. Diversos animais resgatados foram adotados no local, e os desfiles de moda canina — com direito a bandanas, óculos e fantasias — garantiram o toque de leveza e humor.

Como se fosse pouco, ainda houve avistamento de baleias, trazendo um toque poético ao dia, como se a própria natureza prestasse homenagem ao evento.

Cacau e a Família Surf Dog: amor, mar e legado

Baseada em Búzios, a Família Surf Dog é composta por Ivan, sua companheira Camila Tani, a bebê Moana, a vira-lata Mukeka e a gata Cocada, resgatada em 2024. Um núcleo que inspira um estilo de vida conectado à natureza, ao cuidado com os animais e à presença amorosa.

"Ela ama o mar, e isso transparece em cada onda", afirma Ivan sobre Cacau, cuja relação com a prancha é tão natural quanto a de seu pai. A vitória da cadela simboliza não apenas um troféu, mas também a dedicação, a cumplicidade e a alegria compartilhada entre humanos e seus companheiros de quatro patas.

Um símbolo internacional de afeto e superação

O bicampeonato de Cacau mostrou que o surfe canino está mais vivo do que nunca — e mais relevante também. Com projeção internacional, o evento não só revelou talentos, mas também reafirmou valores como respeito, conexão e empatia entre espécies.

Ao voltar para o Brasil com suas medalhas, Cacau deixa para trás ondas vencidas e corações conquistados. Sua história com a Família Surf Dog inspira outras famílias a criarem memórias únicas com seus pets — porque, no fim das contas, surfar é só um detalhe quando se trata de amor verdadeiro.