
Lula reconduz Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República em meio a julgamentos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República, em meio a um julgamento importante.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (27) a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. Gonet, que ocupa a função desde o final de 2023, terá um novo mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF).
A indicação para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) é uma prerrogativa do presidente, mas a confirmação depende da aprovação do Senado Federal, que realizará uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes da votação final em plenário. Para ser reconduzido, Gonet precisará de pelo menos 41 votos favoráveis entre os 81 senadores.
A recondução ocorre a poucos dias do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal réu. Este julgamento é considerado um marco na política brasileira e pode ter implicações significativas para o futuro do país.
Na manhã desta quarta-feira, Gonet se reuniu com Lula no Palácio do Planalto, onde a recondução foi oficializada. O procurador-geral agora se prepara para a nova sabatina no Senado, que será marcada em breve.


Em fevereiro deste ano, Gonet denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposta participação em um plano para realizar um golpe após as eleições de 2022, que resultaram na vitória de Lula. Durante as alegações finais apresentadas ao STF, Gonet defendeu a condenação do ex-presidente e de mais sete réus, argumentando que Bolsonaro é culpado dos cinco crimes atribuídos a ele.
A decisão de Lula em reconduzir Gonet à PGR também pode ser vista como uma resposta ao recente cancelamento do visto do procurador pelos Estados Unidos, uma medida que gerou controvérsia e críticas por parte de autoridades brasileiras. O gesto de recondução é interpretado como um sinal de apoio ao trabalho do procurador-geral, especialmente em um momento em que sua atuação está sob os holofotes devido ao julgamento de Bolsonaro.
Gonet, que é um jurista respeitado, possui uma longa trajetória no Ministério Público Federal, onde atua desde 1987. Ele foi subprocurador-geral da República e, antes de assumir a PGR, exerceu a função de vice-procurador-geral eleitoral, onde se destacou por sua atuação em casos de grande repercussão nacional.
O novo mandato de Gonet à frente da PGR não apenas reafirma sua posição, mas também destaca a importância do Ministério Público em um período de intensas disputas políticas e jurídicas no Brasil. A expectativa é de que a sabatina no Senado ocorra em breve, permitindo que Gonet continue seu trabalho à frente da PGR.