
Bolsonaro não comparece ao julgamento no STF devido a problemas de saúde, diz advogado
Celso Vilardi, advogado do ex-presidente, confirmou que Bolsonaro não irá ao tribunal por questões de saúde
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não estará presente no julgamento que ocorre nesta terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada por seu advogado, Celso Vilardi, que destacou que Bolsonaro “não está bem de saúde” e, portanto, não comparecerá à sessão.
Vilardi explicou que, embora Bolsonaro tenha demonstrado interesse em acompanhar o julgamento presencialmente, sua condição de saúde, marcada por crises de vômito e esofagite, o impede de comparecer. O ex-presidente está cumprindo prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares em um inquérito que investiga tentativas de submeter o STF à influência externa.
O julgamento em questão envolve Bolsonaro e outros sete réus, todos acusados de crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado que ocorreu em 8 de janeiro de 2023. A Primeira Turma do STF, que é composta por cinco ministros, começará a analisar as provas e depoimentos coletados durante as investigações.
Além de Bolsonaro, os réus incluem figuras proeminentes do governo anterior e militares de alta patente. Entre as acusações estão a liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito e dano qualificado ao patrimônio da União.


Os advogados dos outros réus também indicaram que muitos deles não comparecerão ao tribunal. O tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, não deve estar presente. A defesa de Cid será a primeira a se manifestar após a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, que relatará o caso.
O julgamento está programado para durar até 12 de setembro, com sessões extraordinárias agendadas para a análise do processo. A expectativa é de que a maioria dos réus enfrente condenações, embora haja divergências sobre a dosimetria das penas entre os ministros.
O tribunal estabeleceu um esquema de segurança reforçado para o julgamento, que será aberto ao público, com um número limitado de assentos disponíveis. O STF já reservou 80 lugares para a imprensa.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou a denúncia em fevereiro deste ano, e este é o primeiro julgamento de um ex-presidente e militares de alta patente por tentativa de golpe no Brasil. As investigações da PF revelaram um plano orquestrado para a ruptura institucional, incluindo a elaboração de um documento que previa a decretação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O processo é considerado um dos mais sensíveis entre as ações penais abertas após os eventos de 8 de janeiro, com um total de 32 acusados organizados em quatro núcleos distintos, mas o foco inicial recai sobre os oito que tinham poder de mando e articulação direta.
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