Ministro do STF rejeita pedido da defesa do ex-presidente e mantém medidas cautelares em investigação sobre atos golpistas.
13 de Outubro de 2025 às 13h46

Moraes mantém prisão domiciliar de Jair Bolsonaro por risco de fuga após condenação

Ministro do STF rejeita pedido da defesa do ex-presidente e mantém medidas cautelares em investigação sobre atos golpistas.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (13) manter a prisão domiciliar e as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por sua participação na tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro.

Na sua decisão, Moraes argumentou que a manutenção da prisão é necessária para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal, citando o “fundado receio de fuga” do ex-mandatário. A defesa de Bolsonaro havia solicitado a revogação das restrições, alegando que ele não estava incluído na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga a tentativa de obstrução da Justiça.

Os advogados do ex-presidente destacaram que a condenação já havia sido proferida e, portanto, não haveria mais risco de interferência no processo. No entanto, a PGR se manifestou contra o pedido, defendendo a continuidade das medidas cautelares. Moraes acompanhou a posição da procuradoria e enfatizou que Bolsonaro descumpriu reiteradamente as determinações judiciais, o que justifica a manutenção das restrições.

“O término do julgamento do mérito da presente Ação Penal 2668, com a condenação do réu Jair Messias Bolsonaro à pena privativa de liberdade de 27 anos e 3 meses, em regime inicial fechado, e o fundado receio de fuga do réu autorizam a manutenção da prisão domiciliar e das cautelares para garantir efetivamente a aplicação da lei penal”, declarou Moraes.

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A decisão do ministro ocorre em um contexto de crescente tensão política e judicial no Brasil, especialmente após os eventos de janeiro, que resultaram em uma série de investigações sobre a conduta de figuras públicas. A prisão domiciliar de Bolsonaro é uma das medidas mais rigorosas já impostas a um ex-presidente no país.

Além da prisão domiciliar, Moraes também impôs restrições adicionais, como a proibição do uso de celular e redes sociais, além da retenção do passaporte do ex-presidente. Essas medidas visam evitar qualquer possibilidade de fuga ou de interferência nas investigações em curso.

Os advogados de Bolsonaro, que já haviam solicitado a revogação da prisão em setembro, sustentaram que a ausência de indícios que o incriminem deveria levar à sua libertação. Contudo, a decisão de Moraes reflete a preocupação com a segurança jurídica e a integridade do processo judicial.

O ex-presidente permanece sob vigilância policial constante em sua residência. A situação de Bolsonaro é emblemática de um momento crítico na política brasileira, onde as decisões judiciais têm um impacto significativo no cenário político e nas relações de poder no país.

Enquanto isso, a defesa do ex-presidente continua a buscar alternativas legais para contestar as decisões do STF, enquanto o ex-mandatário enfrenta um futuro incerto diante das acusações e da condenação que pesam sobre ele.

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