
Haddad afirma que corte nas emendas parlamentares pode ultrapassar R$ 7 bilhões
Ministro da Fazenda aguarda retorno de Lula para discutir medidas fiscais após queda da MP do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta terça-feira (14) que o corte nas emendas parlamentares pode exceder R$ 7 bilhões, em decorrência da derrubada da Medida Provisória (MP) que propunha alternativas para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Durante sua chegada à sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad destacou que as decisões sobre compensações orçamentárias ainda precisam ser discutidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Existem cenários em que o orçamento fica preservado e outros que podem exigir alterações significativas. A decisão final dependerá do presidente”, afirmou o ministro, que não quis antecipar detalhes sobre as medidas a serem adotadas antes de sua reunião com Lula, prevista para ocorrer ainda esta semana. O presidente retornou recentemente de uma viagem diplomática a Roma, na Itália.
A crise em torno da MP do IOF se intensificou após a apresentação de um texto ao Congresso Nacional, que incluía uma série de medidas de arrecadação com o objetivo de equilibrar o orçamento em 2026. Entre as propostas estavam a tributação sobre apostas, fintechs e títulos incentivados. Contudo, a resistência dos parlamentares levou à “desidratação” da medida, o que dificultou sua votação na Câmara dos Deputados.
Devido à falta de acordo entre a equipe econômica e os parlamentares, a MP foi retirada da pauta de votação e perdeu a validade por estar próxima do prazo de expiração.
Com a MP sem efeito, o governo agora busca alternativas para garantir o fechamento das contas do próximo ano. Uma das opções em discussão é o corte das emendas parlamentares, o que pode gerar atritos adicionais entre o Executivo e o Legislativo.


Haddad também comentou sobre a proposta de isenção do imposto de renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil, afirmando que se reunirá com senadores para esclarecer pontos do projeto. O ministro destacou que essa medida é fundamental para o combate à desigualdade no país, afirmando: “Acho que o projeto está bem encaminhado”.
O cenário fiscal do Brasil permanece desafiador, e as decisões que serão tomadas nas próximas semanas terão um impacto significativo nas relações entre o governo e o Congresso. A expectativa é que a reunião entre Haddad e Lula traga mais clareza sobre os próximos passos do governo em relação ao orçamento e às emendas parlamentares.
Enquanto isso, a pressão sobre o governo para apresentar soluções viáveis aumenta, uma vez que a necessidade de equilibrar as contas públicas se torna cada vez mais urgente. A situação atual reflete as complexidades da política fiscal brasileira, onde as decisões tomadas podem ter repercussões diretas na governabilidade e na confiança do mercado.
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