Ministro da Fazenda aguarda retorno de Lula para discutir medidas fiscais após queda da MP do IOF
14 de Outubro de 2025 às 10h02

Haddad afirma que corte nas emendas parlamentares pode ultrapassar R$ 7 bilhões

Ministro da Fazenda aguarda retorno de Lula para discutir medidas fiscais após queda da MP do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta terça-feira (14) que o corte nas emendas parlamentares pode exceder R$ 7 bilhões, em decorrência da derrubada da Medida Provisória (MP) que propunha alternativas para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Durante sua chegada à sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad destacou que as decisões sobre compensações orçamentárias ainda precisam ser discutidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Existem cenários em que o orçamento fica preservado e outros que podem exigir alterações significativas. A decisão final dependerá do presidente”, afirmou o ministro, que não quis antecipar detalhes sobre as medidas a serem adotadas antes de sua reunião com Lula, prevista para ocorrer ainda esta semana. O presidente retornou recentemente de uma viagem diplomática a Roma, na Itália.

A crise em torno da MP do IOF se intensificou após a apresentação de um texto ao Congresso Nacional, que incluía uma série de medidas de arrecadação com o objetivo de equilibrar o orçamento em 2026. Entre as propostas estavam a tributação sobre apostas, fintechs e títulos incentivados. Contudo, a resistência dos parlamentares levou à “desidratação” da medida, o que dificultou sua votação na Câmara dos Deputados.

Devido à falta de acordo entre a equipe econômica e os parlamentares, a MP foi retirada da pauta de votação e perdeu a validade por estar próxima do prazo de expiração.

Com a MP sem efeito, o governo agora busca alternativas para garantir o fechamento das contas do próximo ano. Uma das opções em discussão é o corte das emendas parlamentares, o que pode gerar atritos adicionais entre o Executivo e o Legislativo.

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Haddad também comentou sobre a proposta de isenção do imposto de renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil, afirmando que se reunirá com senadores para esclarecer pontos do projeto. O ministro destacou que essa medida é fundamental para o combate à desigualdade no país, afirmando: “Acho que o projeto está bem encaminhado”.

O cenário fiscal do Brasil permanece desafiador, e as decisões que serão tomadas nas próximas semanas terão um impacto significativo nas relações entre o governo e o Congresso. A expectativa é que a reunião entre Haddad e Lula traga mais clareza sobre os próximos passos do governo em relação ao orçamento e às emendas parlamentares.

Enquanto isso, a pressão sobre o governo para apresentar soluções viáveis aumenta, uma vez que a necessidade de equilibrar as contas públicas se torna cada vez mais urgente. A situação atual reflete as complexidades da política fiscal brasileira, onde as decisões tomadas podem ter repercussões diretas na governabilidade e na confiança do mercado.

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