Dados do IBGE mostram que o comércio varejista apresenta leve recuperação, mas ainda enfrenta desafios.
15 de Outubro de 2025 às 11h47

Vendas no comércio crescem 0,2% em agosto, após quatro meses de quedas consecutivas

Dados do IBGE mostram que o comércio varejista apresenta leve recuperação, mas ainda enfrenta desafios.

As vendas do comércio varejista no Brasil registraram um crescimento de 0,2% em agosto, em comparação ao mês anterior, marcando o fim de um ciclo de quatro meses consecutivos de queda. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da leve alta, o cenário ainda é de cautela. No acumulado do ano, o comércio apresenta um crescimento de apenas 1,6%. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 0,4%, indicando uma recuperação gradual, mas ainda frágil.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, destacou que “a novidade é que parou de cair”, mas enfatizou que isso não representa uma “virada de chave” em relação aos meses anteriores. Ele ressaltou que o desempenho atual ainda está 0,7% abaixo do pico registrado em março de 2025 e 9,4% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020.

Entre os setores que contribuíram para o crescimento em agosto, destacam-se equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que tiveram um aumento de 4,9%. Outros segmentos que apresentaram alta foram tecidos, vestuário e calçados (1%), artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,7%), móveis e eletrodomésticos (0,4%) e hipermercados, supermercados e produtos alimentícios (0,4%).

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Por outro lado, setores como livros e papelaria enfrentaram uma queda de 2,1%, combustíveis e lubrificantes recuaram 0,6%, e outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentaram uma retração de 0,5%. Essa disparidade entre os setores evidencia a complexidade do cenário econômico atual.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, materiais de construção e atacado de alimentos, bebidas e fumo, o volume de vendas aumentou 0,9% em agosto, após três meses de perdas. No entanto, em relação ao mesmo mês do ano passado, houve uma queda de 2,1%, refletindo uma tendência de desaceleração.

O desempenho das vendas variou significativamente entre as diferentes regiões do Brasil. O Rio Grande do Norte liderou o crescimento, com alta de 2,6%, seguido pelo Maranhão (2,5%) e Paraíba (1,9%). Em contrapartida, Amapá registrou a maior queda, com retração de 4,3%, seguido por Rondônia (-1,5%) e Espírito Santo (-1,2%).

Embora os dados mostrem uma leve recuperação, a tendência de desaceleração persiste. Cristiano Santos observou que, apesar dos resultados positivos, as taxas de crescimento estão perdendo força mês a mês, o que pode sinalizar desafios futuros para o comércio.

A Pesquisa Mensal de Comércio é uma ferramenta essencial para monitorar o comportamento do comércio varejista no Brasil, fornecendo dados cruciais para entender as dinâmicas econômicas do país. O IBGE realiza esse levantamento mensalmente, analisando a receita bruta de revenda nas empresas formais do setor.

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